Mério Cesariny

Na morte aparecem as mais variadíssimas homenagens. Quando morre um poeta é tradição colocar um poema dele num blogue. Aqui vai:

O Álvaro gosta muito de levar no cu
O Alberto nem por isso
O Ricardo dá-lhe mais para ir
O Fernando emociona-se e não consegue acabar.

O Campos
Em podendo fazia-o mais de uma vez por dia
Ficavam-lhe os olhos brancos
E não falava, mordia. O Alberto
É mais por causa da fotografia
Das árvores altas nos montes perto
Quando passam rapazes
O que nem sempre sucedia.

O Fernando o seu maior desejo desde adulto
(Mas já na tenra idade lhe provia)
Era ver os heteros a foder uns com os outros
Pela seguinte ordem e teoria:
O Ricardo no chão, debaixo de todos (era molengão
Em não se tratando de anacreônticas) introduzia-
-Se no Alberto até à base
E com algum incómodo o Alberto erguia
[...]

Mário Cesariny


E como maior homenagem ao surrealismo, e como para mim o futebol também é arte, o golo de Ronaldinho Gaúcho marcado poucas horas antes da morte de Cesariny (transmitido por uma TV regional de Lisboa).



Se quiserem ver golos parecidos, terça vou jogar futebol de 11 às 22h no Clube Desportivo dos Trabalhadores da CMP.