Pantani
Marco Pantani era um ciclista soberbo.
Não era uma máquina humana como Miguel Indurain ou Lance Armstrong, não tinha um coração de Neptuno, uns pulmões de Mercúrio ou uma força de Zeus. Pantani era uma pluma em cima da bicicleta, tinha a altura de um estorninho.
E talvez por isso voava pela Montanha a cima, fosse ela o Tourmalet ou o Aspin, o Mont Ventoux ou o Alpe d'Huez, o Col de La Madeleine ou o... Olimpo, Marco Pantani chegava lá acima sempre e em primeiro.
Os grandes campeões podem ter uma cadência incrível e vencer todos os contra-relógios, mas um contra-relógio não é ciclismo. Ciclismo é subir uma montanha íngreme após centenas de quilómetros, e com forças vindas do nada partir rumo ao cume num ataque fulminante. Pantani era assim, partia e só o encontravam na meta.
Um dia, em criança, saiu de sua casa em Cesena e fez cerca de 100km de bicicleta subindo uma montanha de 1ª categoria, quando chegou a casa à hora de jantar ninguém se acreditou na proeza. Esta é a magia do desporto, e não é a morte, que deve ter a mania que manda, que nos faz esquecer os momentos divinos.
Na sua imortalidade, ficam as estapas, a dobradinha Giro e Tour de 1998 (Nem Indurain nem Armstrong conseguiram), na minha memória, ficam os momentos únicos em que estive no Alpe d'Huez e no Mont Ventoux a apoiá-lo sem nunca ter lá posto os pés.
Dia 14 de Nvembro de 2004 fica na História última escalada de Pantani. Até à próxima! Continuo a ver-te subir!
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