sexta-feira, agosto 24, 2007

Entrevista à Nortada



Pois bem, tal como prometido ontem vamos entrevistar hoje a Nortada.
Um clássico das praias nortenhas voltou este ano em força. Muitas coisas se dizem dela mas pouco se sabe. Uma das grandes revelações desta entrevista é que Nortada não é mais do que um nome artístico, o seu nome é Maria de Jesus Moniz Mota Amaral e é natural dos Açores.

P - Afinal a Nortada é natural dos Açores. Como veio parar às praias do norte?
N-
Eu já trabalhava nos Açores, no entanto lá existia muita concorrência, muitos ventos fortes e era um pouco difícil impor-me. Cheguei a pensar desistir mas nessa altura o senhor Anticiclone veio falar comigo e disse-me que estava a pensar abrir negócio no norte, se eu não queria ir para lá. No início temi pela responsabilidade mas lá acabei por aceitar.

P - E como surgiu o nome artístico?
N -
O senhor Anticiclone achou que devia arranjar um nome diferente já que Moniz e Mota Amaral eram açorianos que já existiam no continente e Maria de Jesus não era um nome capaz de impor respeito. Nessa altura pensei em chamar-me Soraya mas ele disse que era nome de Travesti. Fiquei bastante irritada e disse que ele é que devia escolher. Decidiu chamar-me Cortada porque nesse dia eu estava a picar cebola e cortei-me no dedo. Só que depois o homem do registo enganou-se a passar o nome e trocou o C pelo N. Fiquei Nortada.

P - Esteve nos últimos anos afastada mas este ano voltou em força. O que se passou?
N -
Todos nós ouvimos falar do advento do Aquecimento Global. A Globalização facilitou a circulação de ventos pelo mundo todo e hoje em dia surgem propostas bem interessantes de outros países. Nos últimos anos desloquei-me um pouco para aí, já que o próprio Anticiclone também saiu dos Açores. Estive em Inglaterra, no Luxemburgo fazendo as delícias dos emigrantes e o ano passado experimentei Espanha. No entanto, em Espanha além de não existirem bons casamentos, os ventos também deixam bastante a desejar e por isso decidi voltar, porque apesar de ter nascido nos Açores é nas praias do Norte onde me sinto bem.

P - E vai continuar por cá?
N -
Isso só Deus sabe, apenas assinei por um ano. Para o ano logo se vê, mas se aparecer uma boa proposta quer para mim quer para as praias do Norte não vou recusá-la. Tenho imensa curiosidade em experimentar outros países.

P - Sentiu-se bem recebida neste regresso?
N -
Podia ser politicamente correcta e dizer que sim, mas na realidade sinto-me bastante mal amada pelos nortenhos, talvez por ser Açoriana e me chamar Maria de Jesus. O que é certo é que milhares de pessoas deixam as praias quando eu chego e isso é bastante triste para mim. Já para não falar nos Pára-ventos que me provocaram diversas lesões. Se soubesse o que sofri quando foi feita aquela campanha dos Pára-ventos dos Amigos do Mindelo.

P - Foi isso que mais a magoou?
N -
Não, ou melhor, em termos físicos sim. Mas o que mais me magoa mesmo é a atitude das autarquias do norte que nunca me apoiaram, sempre me criticaram e depois utilizam a minha imagem para se promoverem.

P - Não quer ser mais específica? Não se deve atirar para o ar uma acusação sem a provar.
N -
Eu provo, sou uma mulher directa. Olhe, por exemplo a Câmara da Póvoa de Varzim. Anda a auto-promover-se na wikipedia elogiando as Masseiras como se tivesse sido ela a construí-las. Se existem Masseiras é por minha exclusiva responsabilidade. Quero lá saber dos hectares que eles falam.

P - Vejo-a muito zangada.
N -
E não é para menos, julga que é fácil a vida de uma ventania? Julga que é bom se odiada por todos e ao mesmo tempo ser tão importante para a cultura do Norte? Quando eu sair de vez é que as pessoas irão notar a minha falta.

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