terça-feira, maio 10, 2005

Pressões Inaceitáveis

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Cheguei agora de um ensaio da peça de teatro Histórias Mínimas que referi aqui e ponderei a desistência a menos de um mês da estreia. Porque razão pensei eu tomar uma atitude tão drástica?
Primeiro quero recordar que frequento a Oficina de Teatro da Maia, uma "joint-venture" C.M. Maia e Teatro Art'Imagem que possibilita a formação teatral gratuíta a quem o desejar. A Câmara cede o espaço e a companhia os formadores. Hoje chegou-nos a notícia que o vereador da cultura da Câmara da Maia, quis que alterássemos o espectáculo que ensaiamos há seis meses para fazer um musical que englobasse todas as outras expressões artísticas da Maia, sobretudo ligadas à música. Como isso seria algo inaceitável, a última proposta consiste em fazer uma parceria entre o grupo de teatro e alguns jovens músicos das escolas, sendo depois efectuados espectáculos em todas as freguesias do concelho Maiato até às eleições autárquicas. É inconcebível que um político deseje tomar decisões artísticas em vez dos artistas, que se meta num assunto que, pelo que demonstra, não percebe nada de nada. A arte é onde o ser humano se pode sentir mais livre e esta forma de cortar a liberdade é mais que ditatorial, é cancerosa. Sobretudo porque existem membros que têm apenas 15 anos, que não sabem o que é a política, porque todos sacrificam a vida pessoal e profissional para fazer arte. Arte e não propaganda político-partidária. Ninguém entrou ali a pensar em política, e toda a publicidade à oficina está imune à política. Na oficina ninguém ganha dinheiro, todos pagam gasolina e tempo para lá estarem, e o prémio que conseguem é o estatuto de um autocolante, um avental ou um saco plástico de campanha oferecido na Feira de Pedras Rubras.
Porque não saio? Porque respeito o meu grupo. Porque 14 pessoas dependem de mim assim como eu dependo de qualquer uma delas. É só por todos eles que sempre me respeitaram que continuarei, porque de resto vai-me doer muito. Não fui à Polónia por causa disso, faltei a jantares, a futeboladas, perdi horas de sono, horas de trabalho e horas de estudo por causa do teatro, ou melhor, pelos vistos para ser um autocolante ou um avental.
Mais do que nunca gostava que os meus leitores comentassem a minha opção e todo este caso.

3 espinhos:

Anonymous Anónimo disse...

Eu sugiro que subas ao palco num ensaio, exponhas o teu ponto de vista, e ignores olimpicamente os ditames do "Senhor Vereador". Afinal de contas, há duas hipóteses: ou ele desiste da ideia, resignado, ou então "fecha a loja" - mas acho que não irá por aí, tendo em conta a ligação já tradicional da Maia com o teatro. E não esqueçamos que podes sempre ir à oposição sugerir que façam barulho com o caso!

No fundo, não acredito que tenhas de te preocupar - a CMM precisa mais de ti e dos teus colegas actores do que vocês precisam dela. É que mesmo que a Câmara desista de vos apoiar, haverá sempre quem o faça...

El_gordo

12:00 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Parece que temos outro caso Marcelo...
Força João estou contigo,só assim se podem derrotar esses oportunistas ingratos!

4:23 da tarde  
Blogger MT disse...

E eu não disse a cor porque qualquer que ela seja isto pode acontecer.

12:18 da tarde  

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