Autárquicas
Agora que passou uma semana do Dia D, vou falar de um assunto que nunca tinha abordado directamente. As eleições autárquicas em Vila do Conde. Porque não abordei? Porque não me apeteceu (o que não deixa de ser uma óptima razão). Além disso eu ainda voto no Porto, portanto...
Vila do Conde era uma das câmaras assinaladas pelo Senhor dos Blogues onde poderiam existir algumas surpresas. Não era só ele, muitos dos apoiantes da coligação estavam convencidos que desta seria de vez. Mas não foi. Mário Almeida acabou por ganhar mais 2 freguesias e subir residualmente o score eleitoral. Apostou-se muito em ambas as barricadas mas tudo ficou igual, à excepção do BE que mais do que duplicou os seus resultados de 2001, eles que ainda estavam atrasados em relação ao crescimento do partido nos últimos anos.
Não vou aqui julgar ninguém, vou apenas analisar. Não sou analista político mas vou analisar... porque me apetece (onde é que eu já ouvi isto?).
A coligação tentou ir muito longe, com uma campanha cara e cartazes apelativos. Mas faltou algo muito importante: uma estrela. Os dinossauros só foram abatidos até agora com a utilização de duas armas: Os cometas (como há uns milhõezitos de anos atrás) e as estrelas. É portanto necessário um objecto celeste para derrubar os poderes instalados. As pessoas preferem confiar em quem não meteu muita água do que desviar cegamente as opções de voto para alguém desconhecido. Agora se for uma figura mediática, as coisas já serão diferentes.
Em Gaia e em Gondomar o PSD venceu há alguns anos porque lançou figuras que traziam uma dinâmica mediática capaz de colocar estes concelhos no mapa. E por isso ganharam. Este ano, existiam duas câmaras onde os dinossauros saíram: Maia e Matosinhos. Nenhum dos concorrentes era uma figura mediática e por isso, tudo continuou na mesma. O Avô Cantigas e o Guilherme Pinto mantiveram os resultados jurássicos.
Mesmo daqui a 4 anos poderão não existir grandes diferenças. As pessoas vêem muito mais televisão do que lêem o Jornal de Vila do Conde ou o Terras do Ave. Querem telejornais sobre a terra e pessoas populares, mesmo que sejam demagogos. Ou então mais vale deixar estar quem está desde que não dê muitos tiros nos pés.
É apenas uma análise, longe de mim pensar que tenho toda a razão do mundo.
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