quinta-feira, março 16, 2006

Metro

O que eu penso sobre o Metro e Mindelo:

Mindelo a um Metro da Mobilidade Sustentável

Estratégias para um Futuro Descongestionado

Linhas Gerais

  1. Serviço

O Metro do Porto marca alguma diferença em relação ao serviço prestado pela CP na linha da Póvoa. Quanto ao veículo, este apresenta algumas vantagens ambientais, sendo um veículo eléctrico e silencioso. É também um veículo mais moderno e portanto mais seguro e desenhado tendo em conta as necessidades dos cidadãos de mobilidade reduzida. No entanto, ao nível do conforto dos passageiros existem grandes desvantagens, é um veículo com muito menos lugares sentados, com bancos mais desconfortáveis e sem lugar para bagagens. Em termos da rede e do serviço prestado o panorama é mais negativo. Apesar de agora ser possível viajar atravessando toda a cidade do Porto com ligações às principais estações de comboio da cidade e de passarem veículos com uma frequência superior, os tempos de viagem subiram proporcionalmente aos preços dos bilhetes. A viagem é mais longa, mais cara e o expresso não pára em Mindelo. O numero exagerado de estações (27) contribui, em conjunto com as características do veículo para os tempos de viagem serem tão altos. Conforme se pode ver num mapa da Área Metropolitana com as densidades populacionais existem estações que não fazem sentido existirem. Deste modo o metro como meio dissuasor da utilização do automóvel será uma miragem.

  1. Tráfego

Existem algumas previsões pessimistas sobre o impacto do metro no tráfego automóvel de Mindelo que levam à exigência de novas vias facilitadoras do escoamento. A AAMDA não subscreve estas previsões e não considera necessária a construção de uma nova via. A construção de novas vias incentiva a utilização do automóvel, o meio de transporte mais poluente. Por outro lado, os possíveis congestionamentos serão menores do que os que existiam anteriormente pois apesar da frequência aumentar os tempos de espera serão incomparavelmente menores. Aliás, em Matosinhos, onde existe um tráfego muito maior (ver novamente mapa das densidades populacionais) existem diversas passagens de nível ao longo da cidade sem grandes impactos sobre o tráfego.

Para minimizar estes impactos propõe-se a adopção de dois sentidos únicos, uma na rua da igreja sentido poente-nascente e outro na rua da estação nascente-poente. Deste modo não existirão problemas de segurança no acesso ao parque de estacionamento do metro e a entrada na EN 13 será feita a partir de uma rotunda evitando-se assim a falta de segurança existente no cruzamento de Mindelo.

  1. Ciclovias

Aproveitando o projecto Futuro Sustentável a AAMDA propôs 5 ciclovias para Mindelo e Vila Chã incluídas numa rede regional. Duas delas poderão fazer parte de uma ligação entre o Porto e Vila do Conde pela EN 13 e outra de uma ciclovia que ligará toda a frente marítima da Área Metropolitana do Porto. Entre essas duas foram propostas três novas aproveitando desde logo o sentido único da Rua da Estação e concomitante aumento de espaço para peões e bicicletas. Deste modo será feita a ligação entre zonas habitacionais e Estações de Metro evitando caminhadas de mais de 3 Km. Também se propuseram parques para bicicletas em todas as estações e junto às praias.

  1. DRT

Significa Demand Responsive Transport e é um modo de transporte público capaz de revolucionar a mobilidade de Mindelo, Modivas e Vila Chã. Utilizado em diversas regiões de países nórdicos reúne as qualidades dos autocarros e táxis sem possuir os seus defeitos. Trata-se de um mini-autocarro com percursos e horários flexíveis em função das exigências dos clientes, passando apenas em locais onde existem passageiros e ligando áreas populacionais à rede de metro. Segundo um estudo económico este modo de transporte pode ser rentável caso se movam sinergias entre as várias entidades intervenientes. É proposto um percurso fixo e vários alternativos consoante as exigências da procura.

  1. Conclusão

Apesar de ficar aquém das expectativas o Metro alterará indubitavelmente os padrões de mobilidade. No sentido de melhorar a qualidade de vida da população e a sustentabilidade do sistema de transportes a AAMDA lançou este conjunto de propostas arrojadas mas que não implicam grandes gastos financeiros. Vivemos numa época em que será preciso sobretudo mudar de mentalidades de modo a descongestionar o futuro.