Sempre que o petróleo aumenta (ou seja todos os dias) existe uma tendência natural para se falar na energia nuclear em Portugal. Como podemos ver em Espanha, 4 das 9 centrais ficam junto ao Tejo e 2 delas estão encostadas à nossa fronteira, sendo isto um argumento para aqueles que defendem que o perigo já existe e que tanfo faz existirem 4 ou 5 centrais aqui à beira, que vai tudo dar ao mesmo.
Não deixa de ser verdade, estou mais perto de uma central nuclear espanhola do que estaria se construíssem uma no Algarve, a realidade é essa. No entanto, há quantos anos não constroem uma central em Espanha? Desde o início dos anos 80, sendo que uma das primeiras, construída em 1972 e chamada Valdellós 2 encontra-se em desmantelamento sem que se preveja a sua substituição. E quanto tempo demora a desmantelar uma central após o seu fim de vida? 150 anos, ou algo próximo disso. Então, 34 anos de actividade para 184 anos de gastos de manutenção, há aqui algo que não bate certo em termos de lucro.
Um conjunto de empresários considera o nuclear inevitável e oferece-se para subsidiar apenas com fundos privados a sua construção. Era bonito se também assegurassem a manutenção durante 180 anos (e isso não dá lucro, pois não?) e se pagassem todas a indemnizações inerentes a um indesejado mas possível acidente.
Se há alguma vantagem em estarmos atrás de muitos países é sabermos os erros cometidos por eles e não os cometer. No entanto somos portugueses e portanto vamos armar-nos em espertos e fazer o que os Estados Unidos já não fazem desde 1978: construir uma central nuclear.
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