Portugal - França (Antevisão)

Ontem tivemos o embate entre 4-4-2 bem distintos, hoje vamos encontrar um duelo de 4-3-3 com semelhanças.
Portugal jogará na máxima força, Costinha ganha em jogo aéreo a Petit, o que hoje se torna muito importante devido ao poder físico de Zidane e Vieira, Deco ganha a Tiago em tudo e esperemos que também ganhe a Makelélé. Meira e Carvalho parecem começar a acertar, de um lado Miguel consegue subir bem, do outro Nuno Valente não arrisca tanto e tem altura para se juntar aos centrais nos lances aéreos (mais uma vez fica aqui salientada a importância destes lances no jogo de hoje). À frente existe a grande falha, nem Pauleta, nem Postiga nem Nuno Gomes são pontas de lança para jogar a meia-final de um mundial, aliás, Cristiano Ronaldo é bem melhor do que qualquer um deles naquela posição, mas faz falta encostado à linha.
Quanto à França, tem um meio-campo de luxo. Makelélé é o grande culpado da queda do Real Madrid, Vieira é um jogador que não gosto nada (personalidade terrível) mas que tenho que admitir que tem muita qualidade e está a fazer o mundial da sua vida e Zidane, que com este mundial se encontra cada vez mais próximo de Pelé e Maradona. Na frente temos Ribéry, a grande revelação do Mundial, Henry no meio e Malouda na esquerda. Na defesa estará o calcanhar de aquiles, os laterais não são muito bons e os dois centrais não têm a mesma consistência de um Desailly ou de um Leboeuf como em 98.
Portugal para ganhar precisa de aproveitar a fraquesa dos laterais, explorar ao máximo Sagnol, que com Ronaldo pela frente ficará tonto muito depressa, mas para isso é preciso a bola chegar lá, sendo essencial a supremacia a meio campo. Na defesa, se Henry ficar encostado aos centrais e não conseguir vir ao meio campo e arrancar com a bola, não será um jogador perigoso, a questão é segurá-lo. Se Meira for atrás de Henry até ao meio campo, podem ser feitos lançamentos em profundidade para Ribery entrar em velocidade, se Costinha marcar Henry sempre que este recuar Zidane fica solto. Não poderão existir marcações individuais muito vincadas, tem que ser feito um sistema à zona muito flexível e em que os extremos têm um papel muito importante na estrutura defensiva, porque uma única descompensação será fatal. Também o papel defensivo de Deco será fundamental, já que Makelélé não sobe e a cobertura a Vieira permitirá ter Costinha, Meira e Maniche para Zidane e Henry. No ataque, para além dos laterais a explorar, a incapacidade de Zidane defender como antigamente também poderá ser explorada, ganhando-se superioridade numérica no meio campo a espaços, mas sempre com um olho no génio francês.