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Youtube: Um ex-paraíso?

Para que não existam quaisquer equívocos vou primeiro referir o que aconteceu recentemente com um vídeo que publiquei no YouTube. Esse vídeo foi filmado por mim e pela minha própria câmara no dia do jogo Penafiel-Porto realizado na época passada e no qual o Porto foi campeão nacional. Foi filmada a viagem, o ambiente no exterior do estádio, no seu interior e a festa final. Ao todo tinha 4m37s. Não foi mais do que uma experiência, tentei fazer uma montagem minimamente de qualidade (para os padrões normais do Youtube) e fazer com que estivesse um pouco acima da média do que aí se publica, como tento fazer em tudo o resto (Não estou a dizer que tenha ficado melhor). Pois bem, esse vídeo foi censurado por quebra dos direitos de autor a pedido da Sportinveste. Acredito que isto possa ter alguma validade jurídica mas ética não terá com certeza.

Em primeiro lugar no papelzinho que me custou 60€ e a que chamaram bilhete não vinha escrito em nenhum local que era proibido filmar ou fotografar e dentro do estádio não existia qualquer proibição. Fui revistado pela polícia e eles viram a máquina e não disseram nada. Em segundo lugar a Sportinveste tem os direitos de transmissão mas as outras televisões estão autorizadas a filmar no estádio e a divulgar as imagens, porque é que os simples adeptos não podem?

Em 2006 a Time definiu como personalidade do ano todos os anónimos que em vez de ficarem sentados a ver televisão utilizam a Internet para se exprimirem das mais diversas formas artísticas. Parece que alguns ainda pensam que o paradigma ainda não mudou. Hoje as diferenças são imensas em relação ao que existia há 2, 3 ou 4 anos. Apenas as leis se mantêm. Está na altura de discutir as dimensões éticas dos direitos de autor e proporcionar uma maior liberdade artística e partilha de obras de arte. Do meu ponto de vista quando se tem acesso a muitos pontos de vista, a criação será muito mais rica. Mas é só o meu ponto de vista.