Poema
Se um dia o Homem
Inventasse uma máquina do tempo
Aí sim, teria saudade
Se juntasse um fio de tempo
uma roldana de sonho
uma manivela que fizesse girar o mundo
e um espelho veloz como a luz
voaria para o passado e
Aí sim teria saudade
Poderia dizer o que não disse
Fazer o que não fiz
E numa lágrima de parafuso
Abraçar o que não abracei
E numa música de engrenagem
cantar o que não cantei
E ser mole como aço
E amar como uma anilha ama
Num segundo tudo viveria,
se a máquina de metal
me atirasse para o passado
Mas como o Homem ainda não inventou
E o que vivi está vivido
Ficarei sempre no presente
Corrente com corpo de gente
Um rio que teve nascente
e uma só foz no futuro
Um rio não corre para trás
Mas se corresse
Aí sim, teria saudade
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