quinta-feira, março 17, 2005

Meia Maratona 2

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O grande dia chegou. A 13 de Março, embora um pouco longe da Cova da Eiria, acordávamos no nosso quarto quintuplo da Pousada da Juventude do Parque das Nações. A noite foi curta, e as horas de sono insuficientes para quem quer correr 21097 metros. Para piorar o percurso a pé até à Gare do Oriente demorava 15 minutos, e às oito da manhã de um domingo andar pelas ruas de Lisboa de calções e manga curta é algo muito estranho. Os números que tinhamos na frente da camisola davam-nos alguma credibilidade, quem nos visse poderia assim pensar que eramos presidiários acabados de fugir da prisão ou loucos acabados de fugir do manicómio, o que não era mau ao lado de uns atletas deste calibre. Não foram muitas pessoas a pensar desta maneira, ninguém é maluco o suficiente para andar na rua às 8h de domingo, só mesmo quem fugiu do manicómio ou quem vai para uma meia maratona.
O olhar com do empregado do café era desconfiado. Alguém vestido daquela maneira e com sotaque nortenho só poderia estar a pensar roubar donut's e croissants, por isso ficou bem atento a controlar os movimentos dos 5 assaltantes com o maior número de olhos possível. Depois de um pequeno-almoço desconfiado, vivido em clima de guerra fria descemos as escadas e entrámos no Metro. Um Metro muito estranho, sem cantenárias, que só anda debaixo da terra e que não tem a Estação do Bolhão. Depois fizemos uma mudança de transporte no Areeiro (Homenagem a todos aqueles que souberam destruir as nossas dunas e rios) e apanhámos finalmente um transporte decente com cantenárias e tudo. Foi num combóio duplo que atravessámos aquela ponte copiada da Golden Gate de São Francisco até chegarmos ao Pragal. Disseram-nos que entre a estação e a partida seriam apenas 15 minutos a pé, mas o que é certo é que o congestionamento de tráfego pedonal fez com que chegássemos mesmo em cima da hora. Dezenas de milhar de pessoas a ocuparem as ruas, os viadutos, os passeios, acedendo todas por uma descida íngreme ao lado de um viaduto, a organização falhou neste aspecto. No entanto o ambiente era excelente, muitas pessoas, muita polícia, o garrafão, as portagens, barreiras de protecção e todo aquele ambiente típico do local. Só faltavam os camionistas e as buzinas, porque até a pistola existia para dar a partida. Existia mas ouvia-se mal e no fim da multidão não percebemos quando foi o início da corrida, fomos levados pela corrente e só passados 3 minutos passámos pela partida.