Cliché

As minhas referências elogiosas a José Mourinho há poucos posts atrás são apenas clichés. O ex-treinador do Porto tem hoje um estatuto nunca visto no futebol internacional. Nunca nenhum treinador foi a estrela de uma equipa, as atenções sempre cairam para os jogadores, mas a exemplo do que fez Collina nos últimos anos, Mourinho revolucionou o mundo do futebol. A sua importância para o futebol mundial só pode ser comparada a outra pessoa: Pelé. Mourinho é, sem qualquer dúvida, o Pelé dos treinadores e quando abandonar a sua carreira muitas gerações lembrar-se-ão deste nome sem nunca o terem visto treinar. Tudo porque consegue aliar inteligência, capacidade de liderança e capacidade de trabalho.
A última notícia é exemplo disso. Depois de ter sido suspenso pela UEFA, José Mourinho não estará presente no Stanford Bridge no jogo contra o Bayern. Recorde-se que o organismo que tutela o futebol europeu não permite quaisquer contactos entre um treinador suspenso e o banco de suplentes ao contrário do que acontece em Portugal, onde é possível conferenciar por telemóvel ou walkie-talkie. Para isso o treinador tem um fiscal da UEFA ao seu lado na bancada que o impede de estabelecer qualquer tipo de contacto.
Ao não comparecer ao jogo, Mourinho ficará a salvo deste fiscal e utilizando um sistema de telecomunicações de tecnologia de ponta poderá contactar Silvino, Baltemar Brito ou André Vilas Boas com facilidade e ainda é capaz de falar com os jogadores no Balneário em video-conferência. Vai ter que se subjugar às imagens televisivas e não terá uma visão periférica do campo de jogo? Ninguém se acredita nisso, por esta hora devem existir dezenas de câmaras por todo o estádio que possibilitam um controlo de todas as situações. Quem sabe, até um microfone escondido no banco do Bayern. Big Mourinho is watching you.