Walking on the wild side
Hoje é inaugurada a Casa da Música, como muitos devem ter reparado. Sempre fui a favor de um projecto arrojado como este, mesmo na altura em que todos criticavam. O meteorito que caiu na Rotunda da Boavista (ou Praça Mouzinho de Albuquerque) abriu uma cratera no marasmo portuense. Poucas vezes o Porto é falado nos meios de comunicação internacionais. Aliás, para além do Euro 2004 não me lembro da última vez que o Porto apareceu no New York Times em grande destaque, como o Eduardo referiu.
A obra de Koolhaas coloca o Porto na rota da Arquitectura Mundial, sendo esta nova casa também um salão de visitas. Acrescente-se ainda o facto de ser uma "casa de todas as músicas", algo que vai para além de um insípido S. Carlos, pretendendo-se que todos os públicos visitem a casa (Tony Carreira, prepara-te!).
Sou muito crítico da Porto 2001, que decidiu destruir a cidade em termos urbanos, sendo mais tarde ajudada por Rui Rio a destruir o Porto em termos culturais. No entanto, a Casa da Música é uma das poucas coisas boas que saiu da Capital da Culura, e acaba por ser um ponto marcante na História da cidade. Quanto aos atrasos e às derrapagens, mais vale uma Casa da Música atrasada 18736 anos e a custar o triplo do preço do que 10 Edifícios Transparentes construidos a horas e mais baratos que o previsto.
Rem Koolhaas tem uma grande ligação à música, basta dizer que o seu primeiro nome é inspirado numa banda norte-americana de Rock. O arquitecto venceu porque foi arrojado, porque não teve medo de ir mais longe, e por isso o edifício adquirirá características monumentais. Koolhaas vai hoje dar a Walk on the Wild Side.
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