quarta-feira, maio 11, 2005

Buraco Negro 2



Isto de fazer uma crítica a uma peça de teatro quando estão amigos envolvidos é um pouco difícil. Ainda para mais quando se esteve a filmar e não se pôde ter a atenção desejável. Quando me falaram no "Buraco Negro", referiram-me que o texto de Gerardjan Rijnders era algo fantástico. A desilusão passou sobretudo por aí, afinal o texto não era tão bom quanto as expectativas. Não sou nada contra o uso de palavrões em texto literário ou teatral e adoro formas de arte que choquem, que remetam aquele que a aprecia ao mais profundo dos pensamentos. Quando se carrega demasiada vezes nessa tecla o impacto e o choque desaparecem. Pode chocar mais um palavrão na altura certa do que 10 palavrões em cada 5 palavras, assim o estilo ficou rondar a Margarida Rebelo Pinto.
Quanto ao resultado em palco penso que foi bastante positivo, a encenação resultou, alguns actores superaram-se (o Ricardo Carvalhido e a Carmina são exemplos disso) e quase sempre estiveram à altura da exigência da peça. Um cenário que se limitava a um sofá e poucos jogos de luzes pediam um grande esforço dos actores, no entanto as caracteristicas do palco e do auditório (pouco aprazíveis para o teatro) prejudicaram um pouco a estética. Para finalizar gostava de referir a multiplicação de duas personagens por muitos actores, apesar de não resultar em algumas cenas, o coro de vozes femininas que por vezes se formava criava um óptimo efeito.

4 espinhos:

Anonymous Anónimo disse...

Sobre este comentário, caber-me-ia fazer extensas dissertações que nem sequer teriam espaço num “espinho”. Fá-las-ei a seu tempo e pessoalmente.

Deixo apenas um pequeno comentário:

Quando é dito algo tão brutal como: “Foda-se, eu tenho cancro!” e se ouve “Foda-se” em vez de “Cancro”, eu preferiria atribui-lo à incompetência do actor ou à insensibilidade do espectador, mais do que à falta de qualidade literária e realismo do texto!

Fica a minha opinião.

Ana Filipa Fernandes Vaz Portugal

9:23 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Ainda bem que se fala do "Buraco Negro". Gostava de ouvir mais opiniões de pessoas que tenham ido ver a peça. Este feed back é muito interessante para quem fez, só assim podemos perceber se tocamos algum nervo ou não. O comentário do Miguel parece-me muito técnico, pouco emocional. Na realidade seria mais interessante para mim saber o que esta peça te fez sentir... Ou não te fez sentir nada? E a ti Gabi? Ou nem sequer viste a peça? De qualquer forma obrigado por se darem ao trabalho de falar sobre este Buraco Negro...

2:54 da tarde  
Blogger MT disse...

Eu já falei com a Filipa sobre o meu post. Nem quis ferir susceptibilidades, nem a minha susceptibilidade foi ferida pela peça. Fiz uma crítica pouco emocional, porque sendo a peça algo próximo do profissional (mais perto disso do que de uma peça da escolinha), achei que merecia um tratamento igual a todas as outras de que falei aqui. Podia falar das saudades que tenho das pessoas, ou dos óptimos momentos do ano passado, mas preferi partilhar esses momentos em privado e não no blogue. Foi uma opção.
Agora que fique assente que eu apenas disse que não gostei do texto, não critiquei mais nada. Sobre o que senti, senti saudades, sobre a peça em si, como estava a filmar e lá em cima não pude ficar muito envolvido plo seu ambiente. Achei que o objectivo era chocar e que conseguiram chocar muitas pessoas e isso é bom. Não estou a dizer que tenha ficado chocado e que sou contra este tipo de linguagem pelos palavrões. Acho que o palavrão como algo que se usa no quotidiano não deve ser censurado nas obras de arte e por isso a parte dos palavrões não me chocou por aí além. Não deixou de ser arrojada mas é sempre uma sensação estranha ver do lado de lá. Talvez quando isso acontecer contigo irás perceber melhor. Já agora, se quiseres ir ver a minha peça, é na próxima 6ª feira no Cinema Venepor, na Maia.

1:13 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Agora percebi melhor o que querias dizer. Obrigada pelo convite, vou tentar não perder a tua peça.

7:10 da tarde  

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