quinta-feira, agosto 04, 2005

O Código dos Da Vinci




CAPÍTULO TRÊS

Quando chegou ao Quarto de Banho, Roberto Leal deparou-se com Micaela sentada na sanita dos homens.
- Saia daí. Aquilo da incontinência era mesmo verdade.
Enquanto Roberto Leal deixava cair umas gotinhas, Micaela explicou-lhe que ele era o principal suspeito do assassinato do Senhor Policarpo.
- É um novo esquema inventado em conjunto pela GNR e a PSP, chama-se vigilância a olho nu. Trazem os suspeitos para o local do crime e depois esperam que eles se comprometam. A prova desta vigilância está no seu bolso.
Leal enfiou a mão no bolso e encontrou-o cheio de migalhinhas de pão. Era uma técnica usada desde os contos infantis com casinhas de chocolate. Um pequeno buraco na algibeira fazia com que as migalhas caíssem ao longo do caminho possibilitando uma rápida perseguição.
- E porque é que eles pensam que fui eu se estive a cantar nas festas de Pedrouços?
- Porque a mensagem original não é aquela que viu. Faltava uma linha, veja a fotografia.

3 – 14 – 15 – 92 – 65 – 4
Pimento: Só Ruga Vincada
O Pro-Rádio do Barro Cego
A.M. Procurar Roberto Leal

- Impossível! Eu não podia estar em Pedrouços e na Casa da Música ao mesmo tempo.
- Infelizmente o crime ocorreu nas 3h que demorou a chegar ao hotel por causa das obras da VCI. Mas tenha calma, esta mensagem não era para a polícia, foi um equívoco. O código numérico é apenas o número ∏ para me chamar atenção (3,14159265). Ele sabia que eu adorava esse número para calcular o perímetro dos meus brincos.
-Ele conhecia-a?
- Zangámo-nos há dez anos. Esta noite quando ia limpar o chão e vi mensagem soube logo que queria falar comigo, o A.M. desfez qualquer dúvida.
- Não era para me encontrarem antes do meio-dia?
- Não, significam Anja Micaela, era assim que ele me chamava.
- Era amante dele?
- Não, neta.