quinta-feira, setembro 27, 2007

Momento Cultural em Dia Especial!

segunda-feira, setembro 10, 2007

A Vida Social e Política das Formigas do Monte Branco (Talvez a coisa mais engraçada que já pus aqui)

http://www.adventista.org.br/ministeriodacrianca/ECF%20-%20O%20Mundo%20dos%20Insetos/formiga_color.jpg
Conheço uma pessoa que se inscreveu num curso de escrita criativa. Nesse curso existiam divertidos exercícios que incentivavam à escrita de textos com os mais variados conteúdos. Nesse curso, a turma era pequena, com dez, doze pessoas que partilhavam o gosto de escrever.
Numa das sessões surgiu a proposta: Escrever um texto sobre a vida social e política das formigas do Monte Branco. Não interessava se os alunos sabiam ou não que formigas eram essas, apenas teriam que escrever um texto sobre elas. A pessoa que eu conheço escreveu o seguinte texto:

As formigas do Monte Branco pertencem a uma espécie de formigas que, ao contrário das outras formigas, não são lideradas por uma rainha. Possuem na mesma um líder mas o nome que se dá é o de Autarca.
Existem várias teorias sobre a génese do nome Autarca. A que tem mais seguidores refere que este nome se deve ao facto das formigas obreiras nascerem em casulos com a forma de sacos azuis.
As Autarcas, tal como as rainhas, governam o formigueiro durante anos a fio e só quando morrem são substituídas. As mais antigas são conhecidas por Dinossauros.
Outra característica desta espécie é o facto de as Autarcas terem relações privilegiadas com cigarras. Quanto às restantes formigas do Monte Branco, pouco se importam com a presença de cigarras no formigueiro, mesmo sabendo que estas residem em zonas anteriormente protegidas e constroem habitações de vários pisos onde só se poderia construir com um. Para terem todos estes benefícios as cigarras limitam-se a oferecer migalhas e grãos de açúcar às Autarcas por baixo da mesa.
Em relação ao nome Monte Branco, não tem que ver com a maior montanha da Europa mas sim com outras elevações dos Alpes: as brancas montanhas da Suíça. Todas as Autarcas constroem túneis desde os seus formigueiros em Portugal até a Bancos Suiços onde depositam as migalhas e grãos de açúcar oferecidos pelas cigarras.
Certo dia, uma formiga obreira descobriu esse túnel e o depósito de milhares de toneladas de açúcar. Quando interpelou a Autarca ela respondeu:
- Ah, eu tinha uma sobrinha que trabalhava lá num táxi e ganhava muito açúcar.
O boato morreu ali.

E o texto também.
Esta pessoa que eu conheço leu tudo isto em voz alta na aula, ouviram-se risos e inclusive alguns elogios no final. Os dias foram passando, o curso terminou e entraram as férias.
Dois meses depois, o escritor do texto chegou num sábado a casa às duas da manhã e ligou a televisão na RTP 2. Estava a dar uma prova de ciclismo cuja etapa final terminava em Penafiel. Foi algo que o prendeu durante alguns minutos. A etapa acabou e no pódio entregavam-se os prémios aos vencedores. Por entre essa entrega de prémios aparece alguém conhecido a dar o troféu de vencedor de etapa.
- Eu conheço aquela cara de algum lado. – Pensou a pessoa que eu conheço.
Começou a fazer rewind no cérebro e lá se lembrou.
- Aquele é o Alberto, o meu colega do curso de escrita criativa… Para estar entregar o prémio é porque é importante. Alberto? Oh não! Será que…
Foi aí que se lembrou de uma amiga natural de Rio de Moinhos, freguesia de Penafiel que já tinha elogiado por diversas vezes o presidente da sua Câmara, de nome Alberto… Santos.
Apesar de serem quase três da manhã foi depressa ao computador, abriu a internet e escreveu www.cm-penafiel.pt. Bastaram dois cliques para aparecer a cara simpática do seu colega do curso de escrita criativa por baixo do título “Mensagem do Presidente da Câmara”.
A pessoa que escreveu o texto era eu. E eu sinto que devia estar quietinho e caladinho muitas vezes.

Etiquetas: