sábado, julho 31, 2004

Volta




É sempre um choque ver três semanas de Tour e aparecer vinda do nada uma Volta a Portugal. Sinto aquele sabor a terceiro mundismo que às vezes esqueço. As rectas da meta com 3 metros de largura, as pessoas a meterem-se à frente dos ciclistas dentro do último quilómetro, as barreiras protectoras que só aparecem a 500m do fim, as partidas da localidade de Fassa Bortolo (!), os patrocínios do Licor Beirão e da Aldeia Velha, as equipas portuguesas com nomes atractivos como Imoholding - Loulé Jardim Hotel e as grandes equipas estrangeiras como a Barloworld – Androni Giocattoli

sexta-feira, julho 30, 2004

Jornalistas

Fui um espectador atento do programa de ontem "Clube de Jornalistas" no qual participou o João Paulo. O tema desta semana era o comportamento dos jornalistas portugueses durante o Euro 2004. Não penso que o cachecol utilizado pelo Carlos Daniel seja o principal problema da cobertura jornalística do evento, mas sim a subserviência nas conferências de imprensa e a falta de isenção demasiado evidente e em alguns casos quase insultuosa para os adversários de Portugal.
Quanto aos jornalistas nas conferências de imprensa, eu vi algumas na íntegra (a Sporttv transmitiu-as em directo) e fiquei chocado com a postura de "cão que obedece ao dono" que todos os jornalistas presentes demonstraram, aliás, só se faziam perguntas interessantes quando permitiam os jornalistas estrangeiros participar. Vi com atenção a conferência de imprensa de Luís Figo dois dias depois do Portugal-Inglaterra à espera que lhe fizessem a pergunta que todo o país queria ouvir e continuo à espera dela. O momento do anúncio da renovação de Scolari foi, para mim, o mais chocante, com gritos e palmas. Não concordo nada com Óscar Mascarenhas quando este diz que foi um impulso impossível de conter, um jornalista deve manter a sua frieza e uma conferência de imprensa não é a vibração de um golo, nem o acto de bater palmas é comparável a um riso.
Quanto à falta de isenção nos títulos dos jornais e nos seus conteúdos, desta vez o jornalismo portugês aproximou-se muito daquilo que se conhece do jornalismo espanhol e que tanto se criticou por alturas do Portugal-Espanha. Foi uma cópia muito forçada do Diário AS e da Marca. Mas também fica a reflexão: A cobertura que os jornais desportivos fazem durante o ano, privilegiando as notícias do Benfica e do Sporting (A Bola e Record) ou do Porto (O Jogo), dando maior ênfase e dedicando um maior número de páginas aos clubes grandes não será também criticável? A resposta será fácil: Para vender os jornalistas têm que agradar ao público-alvo e é natural que utilizem mais páginas para os clubes com mais adeptos. Mas a principal função dos jornalistas não é informar? Lembro-me que quando o Boavista foi campeão, tirando o dia seguinte à consagração, eram dedicadas muitas mais páginas aos três outros clubes. E que dizer do título de "A Bola" quando o Porto perdeu a Supertaça Europeia para o Milan: "Super Rui"?

quinta-feira, julho 29, 2004

Foi-se



É pena ver um jogador tão bom partir. O que Ricardo Carvalho fazia nos estádios portugueses era algo próximo da arte, de uma elegância magnânime era um perfume da perfeição. Dono de uma concentração ilimitada raras foram as vezes que levou um cartão amarelo e não me lembro da última vez que foi expulso. Tenho a certeza que daqui a quinze anos Ricardo Carvalho não estará a vender relógios num gheto da televisão por cabo.

quarta-feira, julho 28, 2004

Música

Baseada no nosso país e no lobby do betão.

A banda sonora é a música "Terra dos Sonhos" de Jorge Palma

"Terra dos Trolhas"

Andava eu sem saber onde construir
Fui procurar abrigo no gabinete do senhor presidente
Aí vi um lugar onde não podia
mas o homem mudou o PDM para eu ficar contente

Na Terra dos Trolhas podes construir o que queres
ninguém te leva a mal
Na Terra dos Trolhas toda a gente constroi
em qualquer local
Na Terra dos Trolhas não há falta de cimento
é sempre a betonar
Abre bem os sacos, mistura com areão
se dinheiro queres ganhar!

Andava eu a construir uma moradia
muito pequena, só uma piscina nem 2 pisos sequer
Mas lembrei-me que era do lobby do betão
E a minha ambição construiu uma mansão para a minha mulher

Na Terra dos Trolhas podes construir o que queres
ninguém te leva a mal
Na Terra dos Trolhas toda a gente constroi
em qualquer local
Na Terra dos Trolhas não há falta de cimento
é sempre a betonar
Abre bem os sacos, mistura com areão
se dinheiro queres ganhar!

Se queres ver o mundo inteiro a grande altura
Tens de construir lá fora sem esqueceres que dentro podes abusar
E se às duas por três vires prejuízos no balanço
Não penses que és tanso, fugiste aos impostos e continuas a lucrar!


Na Terra dos Trolhas podes construir o que queres
ninguém te leva a mal
Na Terra dos Trolhas toda a gente constroi
em qualquer local
Na Terra dos Trolhas não há falta de cimento
é sempre a betonar
Abre bem os sacos, mistura com areão
se dinheiro queres ganhar!

Governo

Seguindo a sugestão do Eduardo, consultei as biografias de alguns membros do governo. É interessante saber que segundo o Portal do Governo, vários ministros incluindo Telmo Correia e Luís Nobre Guedes não têm qualquer curriculum para além do seu cargo ministerial (será que o ministro do ambiente quer esconder o seu passado profissional?). Também fico muito contente em saber que Pedro Santana Lopes é o único a divulgar a sua média de licenciatura (mostrando uma grande humildade) e que Paulo Portas tem um currículum invejável cheio de teses e publicações ligadas à Defesa e aos assuntos do mar. Outro que se destaca é Rui Gomes da Silva não pelo seu perfil mas por uma condecoração Venezuelana. Sem dúvida um governo a seguir com atenção.

terça-feira, julho 27, 2004

Vertigo

 

Será o título do novo album dos U2. Pelos vistos um exemplar foi perdido pelo grupo no sul de França e com medo da pirataria e da distribuição em massa pela internet ponderam antecipar a data de lançamento do album (era previsto sair apenas no natal) evitando grandes prejuízos. Uma vez mais sobe à superfície das discussões o tema da pirataria discográfica, mas neste caso como em todos os outros onde os intervenientes são os músicos mais populares quer ao nível internacional quer ao nível nacional discordo da grande luta contra o livre acesso à música. Sou a favor dos direitos de autor, mas os rendimentos que os artistas tiram de uma tournée chegam e sobram para pagar a produção do disco, de todos os elementos de apoio e ainda tornam os músicos ricos ou milionários (consoante a dimensão internacional). A produção musical em grande escala devia ser gratuita. Prefiro pagar 50 euros para ver os u2 ao vivo do que 20 euros para comprar o seu cd em vez de o conseguir com um simples download na internet. Eu sei que as editoras não vão gostar nada deste post, mas se compararmos os rendimentos dos músicos com os dos escritores que não fazem nenhuma tournée e apenas ganham o que vendem apercebemo-nos da grande injustiça artística. Um músico português consagrado não faz um espectáculo por menos de mil euros, um músico pimba chega a fazer 2 no mesmo dia por esse preço, e um escritor?


Incêndios

Revisões de PDM's + Empreiteiros + Pessoas com deficiência mental + Má política de florestas = Cinzeiro da Europa

Páscoa



A Ilha da Páscoa (conhecida pelas suas enormes estátuas) situa-se no meio do Pacífico a mais de dois mil quilómetros da porção de terra habitada mais próxima (a ilha de Pitcaim). Apesar do isolamento, a ilha é habitada desde 400 d.C. quando deram à costa homens de origem Polinésia, quem sabe perdidos após um naufrágio. Fixou-se então uma comunidade nesta ilha possuidora de terrenos bastante férteis e de enormes florestas (atendendo à sua reduzida dimensão). A população foi crescendo, formaram-se diversas povoações e acompanhando o crescimento surgiram as crenças. As estátuas (moai's) são provenientes dessas crenças, julga-se que elas representavam os antepassados que vigiavam os vivos. Diz-se mesmo que quando um habitante morria eram colocados os seus olhos nos olhos do moai para si construido e ali ficavam a olhar para o presente. Uma grande dúvida está na forma como eram colocadas as estátuas nos pedestais (chegaram a dizer que eram construídas dentro do vulcão e as erupções colocavam os moai's direitinhos no lugar (!)) e a teoria mais aceitável diz que estas eram transportadas utilizando troncos de árvores (foi demonstrada a possibilidade neste site). Aliás, a madeira era um material utilizado para tudo, as próprias vestes eram feitas de madeira.
Assim se viveu durante séculos, povoações-estado independentes mas sem guerras. Tudo correu bem até que os recursos começaram a escassear, a ilha das florestas ficou sem uma única árvore e a luta pelos últimos recursos originou guerras terríveis, canibalismo e vandalismo bem visível nas estátuas. A população de milhares de pessoas decresceu da noite para o dia e no final restou pouco mais de uma centena. Terminadas as guerras e com recursos suficientes para os poucos habitantes, surgiram novas crenças e o povo Rapa Nui (É este o seu nome) parecia regressar à paz e ao crescimento. Foi breve este periodo, navegadores espanhois começaram a saquear a ilha e a levar os habitantes como escravos para minas. Hoje poucos restam e quase todas as tradições foram perdidas, até o alfabeto utilizado no tempo dos moai's tornou-se indecifrável. Todas as tentativas de explicar a História dos Rapa Nui são meras teorias (incluindo esta), mas podem ser metáforas do nosso planeta.
Também estamos isolados, também temos a população a crescer de forma exponencial, também vemos os recursos esgotarem-se. Será que o nosso futuro é o passado dos Rapa Nui? E nós nem sequer estamos protegidos pelo olhar dos nossos antepassados...

segunda-feira, julho 26, 2004

Cultura

Hoje passei a tarde toda a tentar encontrar soluções para o nosso grupo de teatro universitário. Entre o ipj e a Associação de Estudantes, senti o que uma bola de ténis (masculino) sente quando é espancada por 2 péssimos jogadores. Empurram-nos para Setembro quando queremos preparar o próximo ano com antecedência, e sobretudo no caso da Associação de Estudantes esquecem-se que enchemos um Auditório com 600 lugares durante 3 dias consecutivos. Quantas peças de teatro na cidade do Porto conseguem estes números? Se considerarem que o La Feria faz teatro eu digo uma.
Apesar de todas as contrariedades, 3 ou 4 pessoas e poucos milhares de euros vão conseguir levar teatro de qualidade à Universidade e permitir que os (poucos) alunos interessados na arte de representar respirem um pouco de palco e fiquem bronzeados com as luzes dos projectores, cada vez mais próximos do profissionalismo.

Jantar

Como noticiei há alguns posts atrás, o jantar da blogosfera vilacondense foi realizado ontem e teve um sucesso estrondoso. Como as pessoas não são números, o sucesso deveu-se à qualidade dos intervenientes e não à quantidade. Deste encontro Histórico saiu a seguinte acta:

"Bloguistas que (se) juntam, são bloguistas que (se) jantamAos 25 de Julho de 04 juntaram-se - para jantar - na Feira Nacional de Artesanato os seguintes bloguistas: Daniel Brás Marques ("Glosas"), Eduardo A. Silva ("Lápis de Cor"), João Paulo Meneses ("Blogouve-se") e Miguel Torres ("Ouriço Cacheiro").Todos os outros foram convidados, mas por esta ou por aquela razão não compareceram. Em contrapartida, Mário Almeida esteve (na mesa ao lado...). Do que é que se falou? De tudo. Até do Santana Lopes! Todos prometeram continuar e juntarem-se daqui a um ano. Com a expectativa de que o Six e os Dupondts estejam presentes...A constatação de que há vários blogues do centro-direita suscitou uma interrogação: por que não um do Largo dos Artistas? E já que se fala em milagres, pede-se mais mulheres a escrever...Longa vida aos blogues feitos em e/ou a partir de Vila do Conde!"
 
A menção honrosa vai para a T-shirt do jpm:




Imagem

O (ouriço cacheiro), comemorando o seu primeiro aniversário, tem uma nova imagem e inclusive um logotipo. Até Julho de 2005 será esta a imagem do blogue. A lista de blogues da direita também foi remodelada. Excluiram-se blogues extintos e acrescentaram-se aqueles que fazem parte das leituras do autor. Que os espinhos continuem!

domingo, julho 25, 2004

Tour

Hoje chegou ao fim a terceira maior competição desportiva do mundo. Um post de análise. 

Lance Armstrong

 

A 6ª vitória no Tour não deixa dúvidas, é um dos melhores ciclistas de sempre, senão o melhor. A sua vitória deste ano foi muito mais fácil do que a do ano anterior quando se esperava um decréscimo fruto dos seus 32 anos. Armstrong esteve melhor, preparou-se melhor e teve uma equipa melhor, e não ganhou apenas porque os seus adversários estavam mais fracos. Não foi a maior vitória da sua vida, mas a continuação de uma vida de vitórias e mesmo quem não o aprecie por aí além tem que lhe dar o devido valor. Eu sou um desses, mas confesso que este ano (também por influência de José Azevedo) passei a gostar mais do americano de Austin, Texas. Cinco vitórias de etapas, duas delas espectaculares demonstram a forma de Lance este ano.

US Postal e T-Mobile
 


As duas melhores equipas. Os "carteiros" venceram a prova e obtiveram o 5º lugar em termos individuais, ficaram em segundos por equipas e venceram o contra-relógio colectivo. Os alemães alcançaram a vitória colectiva e chegaram ao 2º e 4º lugar. Destacaria também Johann Bruynell o belga que dirige a US Postal, pela forma como soube gerir a sua equipa.

As Figuras
 

 
Ivan Basso e Andreas Kloden foram os grandes opositores de Lance Armstrong. O italiano demonstrou nos Pirenéus ser o único capaz de acompanhar o hexavencedor do Tour nas montanhas. É pena ter perdido o seu 2º lugar nos últimos dias da prova, mas para mim é o maior candidato a dominar o ciclismo nos próximos anos.
Floyd Landis demonstrou ser um grande valor, e a seguir a Azevedo foi quem mais ajudou Armstrong. Thomas Voeckler deu aquele toque de romantismo que adocicou a volta. Penso que todos os que assistiram a prova torceram um pouco por ele. A prova seria muito mais pobre sem este corredor.

As decepções
 

 
Jan Ullrich esteve longe do que costuma fazer, mesmo nos anos em que entra na prova com mais quilos que o carro vassoura. Iban Mayo desiludiu todos os Bascos que invadiram os Pirenéus.

Organização
 
O Tour é como um Euro 2004 que acontece todos os anos. O ambiente que se vive à volta da prova é fantástico, as pessoas, as obras de arte que se constroem à volta da estrada são de uma cor sem comparação. Portugal precisava de viver 3 semanas por ano como viveu o Euro.

José Azevedo

Jose Azevedo

Uma figura que merece destaque. Foi o 5º melhor ciclista do mundo com todo o mérito e justiça. Não foi melhor que aqueles que ficaram acima de si na classificação mas demonstrou que se fosse melhor acompanhado durante toda a sua carreira por esta altura o 5º lugar era um resultado normal. Se assinasse pela US Postal aos 23 anos, por esta altura o pódio seria o seu lugar. De qualquer forma ainda tem idade para ficar mais 2 ou 3 vezes nos 10 primeiros.
 


sábado, julho 24, 2004

Post

Para mim o melhor Post do (ouriço cacheiro) no último ano.

Quarta-feira, Agosto 27, 2003
Atletismo
 
Nos Mundiais de Atletismo de Paris, surgiu uma nova moda, a contratação de atletas tal como se faz no futebol. O Qatar acabou de contratar ao Quénia dois jovens promissores a custo zero. Depois de vários meses de negociações, os atletas não chegaram a acordo com os dirigentes para a renovação do Bilhete de Identidade e ao abrigo da lei Bosman transferiram-se para a equipa árabe. Têm agora uma melhoria considerável nos ordenados e uma claúsula de rescisão altíssima. A nova coqueluche do deserto, Stephen Cherono, virou Saif Saaeed Shaheen e já prometeu ir ao Qatar uma vez de dez em dez anos e aprender a dizer Olá em árabe. É considerada a transferência do ano após ter ganho a corrida dos 3 mil metros obstáculos.Quem pode estar de malas aviadas para a Papua Nova Guiné é Rui Silva, que exige uma melhoria das condições salariais, caso contrário rescinde o Bilhete de Identidade com Portugal. Já ameaçou assinar com a equipa Oceânica passando a chamar-se Makatumba Tumba Tumba e as suas capacidades prometem pulverizar os recordes nacionais daquele país, desde os 110 metros barreiras ao 3000m obstáculos, passando pelo salto à vara e pelo lançamento do dardo. É que por aquelas paragens ainda não se construiu uma pista de atletismo e é mais fácil investir na contratação de estrangeiros do que na dinamização do desporto local.Viva a nova ordem mundial!

Prémios

Espinhos 2004

Nas comemorações do primeiro aniversário do (ouriço cacheiro) foram atribuídos os seguintes prémios:

Espinho para o Melhor Advérbio de Modo
"Logicamente" por Luís Figo

Espinho para a Melhor Competição Desportiva
Campeonato de Luta Greco-Romana da Suiça com a presença do Benfica

Espinho para o Melhor Filme a Aconselhar aos Inimigos
Ma Mére

Espinho para o Melhor Programa de Televisão a Aconselhar a Pessoas com 1 Neuróneo
Morangos com Açúcar

Espinho para a Melhor Fuga
Durão Barroso
 
Espinho para o Maior Cobarde
Ex aequo para George W. Bush, cabecilhas do atentado à sede da ONU no Iraque e do atentado de 11 de Março em Madrid

Espinho para a Surpresa Do Ano
Paulo Portas em "Mar?"

Espinho para o Melhor Primeiro-Ministro De Portugal no Dia 24 De Julho De 2004
Pedro Santana Lopes

Espinho para o Pior Primeiro-Ministro De Portugal no Dia 24 De Julho De 2004
Pedro Santana Lopes

Espinho para o Primeiro Ministro Com Mais Capas de Revistas Destinadas A Pessoas Com 1 Neuróneo
Pedro Santana Lopes

Espinho para o Corte de Cabelo Politico Do Ano
Pedro Santana Lopes

Espinho para o Azeiteiro Do Ano
Zezé Camarinha

Espinho para o Ditador Do Ano
Alberto João Jardim

Espinho para o Líder da Oposição Do Ano
Ex aequo para Pacheco Pereira e Marcelo Rebelo de Sousa

Espinho para o Velhinho Do Ano Que Quer Jogar Com Três Guarda-Redes Ao Mesmo Tempo
Giovanni Trapattoni

Espinho para o Blogue Que Faz Anos A 24 De Julho
(ouriço cacheiro)

Aniversário

Hoje o (ouriço cacheiro) faz um ano.
Há um ano atrás tinhamos um governo diferente, uma Comissão Europeia diferente, tínhamos a Sophia, tínhamos o Carlos Paredes. Estaremos mais pobres? Talvez, mas continuamos com espaço para aparecerem novas Sophias, novos Carlos.
Em termos pessoais não me posso queixar deste ano de (ouriço cacheiro), não me vou esquecer dele, um ano diferente.
O único facto pouco surpreendente após o nascimento do (ouriço cacheiro) foi a vitória portista Liga dos Campeões em Gelsenkirchen e talvez por isso eu não tenha vibrado tanto como em Sevilha.

sexta-feira, julho 23, 2004

Pepétuo



Carlos Paredes condenou-nos à Liberdade Perpétua.

terça-feira, julho 20, 2004

Marretas

Os marretas  fazem a festa! Ana Gomes diz que o PSD tem um presidente, um governo e uma maioria. Os marretas têm um primeiro-ministro e um líder da oposição!

sábado, julho 17, 2004

Política

 
Eu tento interessar-me pela política, mas cada vez temos mais 'politics' no nosso país e as 'policies' desapareceram quase sem terem aparecido. Não sei se esta característica da democracia portuguesa se deve ao facto de o Dicionário da Academia de Ciências ter menos qualidade que o Oxford e aglutinar estas duas palavras em 'política'.
As 'politics' irritam-me. Irrita-me a contagem de ministros de um partido e de outro como se a competência dependesse do cartão de militante. Irritam-me os mapas de Portugal com os concelhos pintados a laranja e a rosa e de quatro em quatro anos falarem de conquistas como se estivessem a jogar um jogo de estratégia no computador. Irritam-me as batalhas na lota de Matosinhos. Irrita-me pensar que há pessoas que pensam que o importante é o partido ficar à frente nas eleições nem que seja por 0,000001%. Irritam-me as moções votadas em congresso com vista a ganhar as eleições e sem objectivos concretos para o país. Irritam-me os aventais, as bandeiras e os cânticos de claques de futebol como música de fundo das visitas dos candidatos às feiras. Irritam-me os candidatos nas feiras. Irritam-me os comentadores que vão traduzindo o discurso dos políticos durante os congressos ´como se os espectadores não percebessem português e relatando quem bate palmas após cada palavra.
Quando quero ver competição, polémica, alegria, tristeza, vitórias, derrotas, bandeiras e coreografias de claques: pego no meu cartão de sócio e vou ao Estádio do Dragão. Quando quero ver pessoas interessadas no desenvolvimento do meu país, pondo à frente este objectivo das ambições partidárias: desligo a televisão, fecho os olhos e sonho.

terça-feira, julho 13, 2004

Governo

Depois de ter dado em primeira mão os futuros ministros do governo de Santana Lopes, o ouriço cacheiro está em condições de revelar os novos locais dos ministérios:

Primeiro-Ministro:
Continua na Kapital.

Ministério das Finanças:
Ilhas Caimão, deve haver lá mais dinheiro português do que em Portugal.

Ministro da Economia:
Madrid, o local onde é coordenada toda a economia portuguesa.

Ministério dos Negócios Estrangeiros:
Olivença, com escritórios abertos em todos os estádios do Euro. Existirá uma Secretaria de Estado para a Lusofonia e PALOP'S na Cova da Moura.

Ministério da Ciência:
Lua, em homenagem ao local onde Jorge Sampaio tem a cabeça.

Ministério da Defesa:
Algures no atlântico, com o nome de código Barracuda.

Ministério da Educação:
Em digressão pelo país com o programa "Levanta-te e Ri".

Ministério da Cultura:
Parque Mayer.

Ministério da Agricultura:
Quinta da Aveleda, Penafiel, pelo bom vinho.

Ministério do Ambiente, planeamento e ordenamento do território:
Cacia, Rio Tinto ou Foz do Trancão, ainda por definir.

Ministério da Saúde:
Nova Zelândia, para o último lugar da fila de espera não entupir a VCI ou o IC19.

Ministério da Administração Interna:
Custóias.

Ministério das Obras Públicas:
Contentores no interior do túnel do Marquês.

Ministério da Justiça:
Pina Manique, para estar em cima do processo mais importante.

domingo, julho 11, 2004

Árbitro

Apesar do benfiquismo gostei muito desta apreciação do Luís Nazaré sobre os árbitros portugueses.

sexta-feira, julho 09, 2004

Posição

-Para que posição quer contratar o próximo jogador do FCPorto?
-Para estar de pé. Tirando o guarda-redes, os jogadores têm que estar de pé.

terça-feira, julho 06, 2004

Mundial

Porque não uma candidatura portuguesa ao Mundial de 2014? Os estádios estão construídos!

Final

À terceira foi de vez. Depois de ter ido a Sevilha e a Gelsenkirchen, fui a Lisboa. Pensei que era capaz de ganhar em todas as finais, mas no domingo descobri que sempre que vou a uma final ganham os azuis e brancos, e não a equipa que apoio. Nunca mais hei de ir ao Etádio da Luz apoiar a equipa vermelha, a não ser no Mundial de 2014!

sexta-feira, julho 02, 2004

Vila

Está a ser organizado pelo Eduardo um jantar dos blogs vilacondenses. Espero que a iniciativa seja um sucesso e se repita.

quinta-feira, julho 01, 2004

Mais vale sentir alegria por jogos de futebol que não têm qualquer razão de existir, que não têm racionalidade do que não sentir nenhuma alegria. A alegria não é racional, nem tudo tem que ser racional, ao contrário do que dizem os intelectuais de algibeira.

Felicidade

A felicidade do Pobre parece
a grande ilusão do Carnaval
a gente trabalha um ano inteiro
por um momento de sonho, para fazer a fantasia
de rei, de pirata ou jardineira
para tudo acabar na quarta-feira


Vinicius de Moraes

A felicidade portuguesa parece
a grande ilusão do 2004

... para tudo acabar segunda-feira