sexta-feira, novembro 30, 2007

Vou de Bicicleta para o Trabalho

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O meu novo blogue dedicado à Mobilidade Ciclável.

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sábado, novembro 24, 2007

Empatas



O facto de Portugal não ter ganho um único confronto com os adversários directos é normal. Empatar com a Finlândia é normal.
Toda a gente sabe que quem vai jogar ao Dragão vai à procura de um empatezinho. É mais que óbvio.

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segunda-feira, novembro 19, 2007

Cimeira Ibérica



Imagens exclusivas dos momentos de descanso passados por José Sócrates e Cavaco Silva em perfeita harmonia.

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domingo, novembro 18, 2007

Lugar-comum

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O lugar-comum é um lugar onde é comum ser-se comum. Apesar de se chamar lugar-comum não é muito comum encontrar-se este lugar pois o mais comum é alguém querer ser incomum. Por isso, o lugar comum é comummente ignorado pelos mais comuns que querem ser incomuns.
Só quem não é minimamente comum tem a capacidade de encontrar o lugar-comum mais comum de todos e assim, verdadeiramente incomum.

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sexta-feira, novembro 16, 2007

Estou mortinho por ver isto

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segunda-feira, novembro 12, 2007

Confeitaria

http://www.sedentario.org/wp-content/uploads/2007/03/o_abkontakt-anorexia.jpg

Não como nada
Nunca comerei nada
Não posso comer nada
À parte disso tenho em mim toda a gordura do mundo.

Porta do meu frigorífico
Do meu frigorífico cheio de milhões de quilocalorias, já sabem como é
(E se não soubessem como é, será que engordariam?)
Dais para a miséria de lípidos que me fazem deixar de me sentir gente
Para lípidos escondidos em alimentos.
Baleal, infelizmente um baleal. Estou alerta, horrivelmente alerta.
Com o mistério das calorias por baixo dos ingredientes e dos conservantes
Com a morte a pôr humidade no meu ser e cabelos brancos nos meus pais
Com o destino a levar-me uma arca frigorífica cheia de filetes de pescada.

Estou hoje vencida como se comesse carne.
Estou hoje lúcida como se estivesse para comer
E não tivesse mais nada no estômago
Senão uma despedida, tornando-se este frigorífico e esta cozinha
A fileira de triângulos de um toblerone com apenas uma dentada
Dada por outros dentes
E uma saudidela nos meus intestinos e uma dor aguda no apêndice.

Estou hoje anoréctica como quem não comeu e achou que comeu
Estou hoje dividida entre a evitável ida
À confeitaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E ao psiquiatra amigo da minha mãe, como coisa real por dentro.

Comi de tudo
Como não comi leitão nenhum, talvez tudo fosse nada.
A comida que me dão
Atiro-a logo pela janela das traseiras da casa
Fui até à farmácia com grandes propósitos
Mas lá encontrei só ansioliticos e anti-depressivos
E aquela gente era igual à outra
Atiro comida pela janela, desmaio numa cadeira. O que hei de cortar?

Tostas ao pequeno-almoço, eu que nem o tomei hoje?
Comer o que penso? Mas eu não penso em nenhuma coisa!
E há tantos que pensam a mesma coisa que não podem comer tantos!
Magra? Neste momento
Cem mil quilos se perdem em sonho por uma magra como eu,
E a história acabará, quem sabe? Nem com um.
Não haverá senão estrume de tanta comida futura.
Não, não emagreço assim.
Em todos os nutricionistas há gordos obesos com tanta gordura.
Eu que não tenho nenhuma gordura, sou mais gorda ou menos gorda?
Não, nem assim.
Em quantas cozinhas e não-cozinhas do mundo
Não estarão por esta hora gordos-para-si-mesmos engordando?
Quantos palmieres grandes, doces e estaladiços.
Sim, verdadeiramente grandes, doces e estaladiços
E quem sabe comestíveis
Nunca verão a saliva da boca real nem serão engolidos por gente?
O mundo é para quem nasce para comer
E não para quem sonha que pode comê-lo ainda que tenha uma indigestão
Tenho comido mais do que a princesa Diana comeu
Tenho ficado com menos peito que o meu sobrinho de 3 anos,
Tenho tomado mais calmantes em segredo, que nenhum nervoso tomou
Mas sou e serei sempre a da cozinha
Ainda que não coma nela.
Serei sempre a que nasceu para isso
Serei sempre a que comia enormidades
Serei sempre a que esperou que abrissem a embalagem ao pé de um chocolate sem embalagem
E comeu uma galinha na capoeira
E ouviu vozes na quebra de tensão
Comer-me a mim? Não, nem nada.
Derrame-me sumo sobre a cabeça ardente
As suas fibras, as suas vitaminas, os seus antioxidantes que me molham o cabelo

E o resto, venha se vier ou tiver que vir, ou não venha.
Ataques cardíacos das estrelas,
Entupimos todas as veias antes de sairmos do berço,
Mas comemos e elas são estreitas,
Bebemos e elas são entupidas,
Vamos ao psiquiatra e ele só nos chateia,
Mais as suas teorias sobra a minha vida e aquelas ordens.

(Come chocolates pequena
Come chocolates
Olha que não há maior metafísica no mundo senão chocolates
Olha que as religiões não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena anoréctica, come!)
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que ele sugere!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.

Mas ao menos fica a amargura do que nunca comerei.
A massa folhada destes palmieres
Pórtico partindo para o comestível.
Mas ao menos consagro a mim mesma um alimento de lágrimas.
Nobre ao menos na água salgada que engulo
O cloreto de sódio que sou, em formol, para a ausência de coisas,
E fico em casa sem comida.

(Tu que alimentas, que não existes e por isso alimentas,
Ou deus grego, concebido para comer se fosse vivo
Ou patrício romana, impossivelmente calórico e nefasto,
Ou príncipe de trovadores, gentilíssimo e esfomeado,
Ou marquês do século dezoito, alimentado e longínquo,
Ou cocote célebre do tempo que comia pães.
Ou não sei quê estufado – não concebo bem o quê –
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode emagrecer, que emagreça!
Meu estômago é um balde despejado.
Como os que vomitam alimentos vomitam alimentos vomito
A mim mesma e não encontro nada.
Chego à porta do frigorífico e vejo as prateleiras com uma nitidez absoluta.
Vejo os ovos, vejo os legumes, vejo os iogurtes que ficam,
Vejo os queijos flamengos fatiados que se amontoam,
Vejo os melões que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto me é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até comi,
E hoje não há magra que não inveje só por não ser eu.
Olho a cada uma das costelas e os ossos e a celulite,
E penso: talvez nunca vivesses, nem estudasses nem amasses nem comesses
(Porque é possível comer na realidade tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas sido comida apenas, como um lagarto a quem comem o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Comi assim o que não soube
E o que podia comer não comi
O corpete que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara
Quando a tirei e me vi ao espelho
Já tinha emagrecido.
Estava anoréctica, já não conseguia vestir o corpete que não tinha tirado
Deitei fora a máscara e dormi no hospital
Como um cão apanhado pelo canil
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou inútil

Essência musical dos meus palmieres inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu comesse,
E não ficasse sempre defronte da Confeitaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar deprimindo,
Como um tapete em que um anoréctico tropeça
Ou um gaspacho que os ciganos fizeram e não valia nada.

Mas o Dono da Confeitaria chegou à porta e ficou à porta
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-nutrida
Ele comerá e eu comerei
Ele comerá uma tarte suculenta, eu comerei os palmieres,
A certa altura acabará a tarte suculenta, os palmieres também.
Depois de certa altura acabará o frigorífico onde esteve a tarte suculenta.
E a montra onde estiveram expostos os palmieres.
Acabará depois o forno gigante em que tudo isto se deu.
Em outros fornos de outros estabelecimentos qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como palmieres e massa folhada de coisas como tartes suculentas

Sempre um prato defronte de outro,
Sempre um prato tão inútil como o outro
Sempre o comestível tão estúpido como o não potável
Sempre a miséria de um bife tão certo como um robalo a boiar à superfície.
Sempre isto ou sempre outro prato ou nem um prato nem outro.

Mas um homem entrou na Confeitaria (para comprar croissants?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim
Semiergo-me enérgica, convencida, humana,
E vou tencionar comer palmieres mesmo que diga o contrário
Como um croissant ao pensar comê-los
E saboreio no croissant a libertação de todos os pensamentos
Sigo o sabor como uma rota própria
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as depressões
E a consciência que a anorexia é uma consequência de estar mal disposta

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo comendo
Enquanto o destino mo conceder, continuarei comendo.

(Se eu comesse o filho do meu pedreiro
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela
O homem saiu da Confeitaria (metendo troco na algibeira das calças?)
Ah, conheço-o; é o Esteves sem celulite.
(O dono da Confeitaria chegou à porta)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-me e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves! e o sistema digestivo
Reconstruiu-se-me sem engordar nem emagrecer, e o Dono da Confeitaria sorriu.

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A anotar




Leis do Futebol

Regra 7: Duração do Jogo

O jogo dura duas partes iguais de 45 minutos, a não ser que tenha sido acordado outro tempo entre o árbitro e as duas equipas participantes.
Qualquer acordo para alterar as partes do jogo (por exemplo para reduzir cada parte para 40 minutos devido a luz insuficiente) deve ser feita antes do início e deve cumprir as regras da competição.

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sexta-feira, novembro 09, 2007

O que é que não dá saúde?



A DROGA!!!

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quinta-feira, novembro 08, 2007

Pergunta

O que é que não dá saúde?

(A resposta amanhã neste blogue).

domingo, novembro 04, 2007

Rio Tinto

O Tratado de Lisboa

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Depois da falhada Estratégia de Lisboa, mais uma presidência portuguesa e mais uma possibilidade de dar o nome de Lisboa a alguma coisa. E nisso, os portugueses são mesmo bons!
Os Holandeses lembraram-se de fazer um tratado de Maastricht só para dar um cheirinho de todos os belos sons que a língua neerlandesa tem para oferecer ao mundo. Já os franceses decidiram chamar Nice ao seu tratado. E porquê? Simples, porque Nice em inglês é nice, e nice é fixe. O Tratado de Nice é nada mais nada menos que o Tratado Fixe, e sendo o inglês a língua universal, todo o universo passou a saber que os franceses inventaram um tratado bem fixe para a União Europeia.
Os portugueses com falta de imaginação chamaram Lisboa porque chamam a Lisboa a tudo, até o Benfica tinha um jogador de basquete chamado Lisboa. Como é que ele se sentirá com um tratado em sua homenagem? Porque não chamar ao novo tratado, Tratado do Marçal, Tratado do Perdigão ou Tratado Betinho? Também são jogadores de basquete. E se queriam um jogador que tivesse um nome de cidade só para disfarçar, escolhiam o Élvis Évora e chamavam Tratado de Évora. Agora Lisboa? Lisboa rima com enjoa.
Caso não seja por causa de um jogador de basquetebol mas sim por apenas ser o nome de uma localidade (algo que eu não acredito minimamente), havia muitas hipóteses.
Nós também temos os nossos Maastrichtes. Que tal Tratado de Figueiró dos Vinhos? Ou então Tratado de Rebordosa? Ou mesmo Tratado de Santo Aleixo de Além Tâmega? Estou mesmo a ver os eslovenos a tentar pronunciar estes nomes!
Se quisessem seguir o exemplo francês, também tínhamos algumas hipóteses. Se por um lado Tratado de Darque remetia para um tratado escuro e com pouca participação dos cidadãos (muito longe do que significa este acordo, claro), Tratado de Nine seria o ideal. Não sendo o nono tratado europeu, o número nove é o ponta-de-lança, o que marca golos, e a UE teima em não passar do meio campo. Ahh, agora percebi! É daí que vem o nome Lisboa!

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quinta-feira, novembro 01, 2007

Clubismo

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Ontem dei por mim a gritar golo do Setúbal numa competição da qual não faz parte a minha equipa. Se por um lado a racionalidade devia deixar-me indifirente, por outro, o futebol é tudo menos racional. E por isso vibrei.
Um adepto português que se preze quer sempre que os rivais percam, já estou farto de dizer isso. Ah, e também sofre muito mais com as derrotas do seu clube do que com as da selecção.
Fiquei triste por termos perdido com a França nas meias do mundis, fiquei triste por ir a Lisboa ver Portugal perder com a Grécia, fiquei triste com a mão do Abel Xavier e o chapéu do Poborski, mas nada se compara aquele jogo que vi em Março de 1995 no Estádio das Antas.
O Porto estava nos quartos de final da Taça das Taças, tinha ganho 1-0 em Génova à Sampdoria e recebia os italianos no auge de uma época memorável.
Os jogadores da Samp, treinada por Eriksson, traziam nas mãos a bandeira portuguesa logo no início como forma de seduzir os adeptos. O jogo começou e o Porto a defender, defendeu, defendeu, defendeu até que Lombardo marcou e empatou a eliminatória. Depois atacou, atacou, atacou, com Domingos, Rui Barros, Iuran e acho que até o Baroni jogou.
Na altura, Kulkov tinha partido a clavícula no Funchal e era o tobaguenho Latapy a substituí-lo.
Jogou bastante bem, estava a começar a impor-se na equipa, mas algo fatal iria acontecer.
Prolongamento, penalties pela primeira vez ao vivo em toda a minha vida (à excepção do Torneio Cidade do Porto). Chega o terceiro penalty e fraquinho, muito devagar, Latapy manda ao lado.
Não chorei, mas desesperei ao ver Miguel Esteves Cardoso na Noite da Má Língua entre milhões de línguas de fora dizer apenas: Sampdória.
No dia seguinte acordei pensando que o jogo podia ter sido protestado por um qualquer erro que não tenha visto. Abro O Jogo e nada. Uma derrota e a taça das taças perdida nos quartos.
Esse sim, foi o maior desaire futebolístico da minha vida.

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