sexta-feira, novembro 16, 2007

Estou mortinho por ver isto

Etiquetas:

quinta-feira, abril 26, 2007

Inland Empire (2006)

A imagem “http://www.varsity.co.uk/images/derived/292.jpeg” contém erros e não pode ser exibida.

Em primeiro lugar, e para que não restem dúvidas da minha isenção e capacidade de não tomar parte por ninguém quando discuto cinema, enho que referir o seguinte: O DAVID LYNCH É O MAIOR.
Pronto, estamos esclarecidos. Vi o filme na estreia mas só agora o digeri de modo a poder falar. Apesar de ter gostado mais de Mulholland Dr., Inland Empire é o filme em que Lynch solta as amarras e deixa de se prender à racionalidade. Ao contrário do film anterior, quem vê este não sente necessidade em encontrar a sua explicação, limita-se a curtir, a navegar pelo inexplicável. Um pouco de Buñuel, do Chien Andalou, talvez. Mas também tudo muito novo, muito recente, o assumir do digital como novo paradigma que deve ser filmado de uma forma diferente e não a imitar a película. Mas o importante não é ler isto, basta ir ver ao Cidade do Porto.

Etiquetas:

terça-feira, fevereiro 27, 2007

A Barraca de Andrey Rublyov




Como grande admirador da obra de Andrey Tarkovsky e o filme Andrey Rublyov dos poucos que ainda não vi, não podia deixar de estar presente no Pequeno Auditório do Rivoli para ver o filme integrado no ciclo Mosfilm.
Pensava ver o auditório vazio, um filme de mais de 3h, russo, com legendas em inglês, a preto e branco e a começar às 23h15 não é propriamente o cenário mais cativante para quem costuma ir habitualmente o cinema. No entanto o Pequeno Auditório estava cheio. Realmente ver Tarkovsky projectado a partir da película e num ecrã de cinema é um previlégio a que poucos têm acesso.
Sentei-me e começa... a 2ª parte do filme. Ouve-se um burburinho, algumas pessoas levantam-se e outras vêem o filme pensando ser aquele o início (uma cena de batalha a meio). Vêem-se pessoas a subir e a descer as escadas tentam falar com o projeccionista mas o filme continuava a ser projectado. Permaneci no meu lugar à espera que o erro fosse corrigido, bastava trocar de bobines.
Passou meia hora e já muitas pessoas tinham saído, continuava-se a olhar para a cabine do projeccionista e afinal ele tinha desaparecido sem reparar no problema. O barulho é tão grande que alguém que pensava ser aquilo o início do filme gritou SHIUUUUU! Saio e o hall de entrada já tem bastantes pessoas, muitas delas já tinham visto o filme e desde o início tentavam encontrar o projeccionista ou alguém da organização. Por fim alguém vai à sala dizer em voz alta que aquela era a segunda parte. Depois chega o projeccionista que diz que aquelas eram as únicas bobines que tinham vindo da Rússia e realmente achava estranho ser um filme de três horas e aquela película ser de cerca de hora e meia.
Ninguém tinha testado o filme antes de o projectar e tudo acabou numa longa fila na bilheteira do Rivoli a pedir o reembolso.
Talvez não tenha sido um erro crasso da organização nem uma terrível falta de profissionalismo e de respeito para com os espectadores. A minha versão que esta é uma nova corrente do cinema contemporâneo, os Meios-Filmes. Quando tudo parece realismo, corta-se a história a meio e vê-se uma história vinda do fantástico que toma um sentido real.
Obrigado Fantas!

P.S.: É mais fácil mandar vir um filme da Rússia do que pedi-lo à Cinemateca Portuguesa (mas que só cede filmes dentro do perímetro urbano lisboeta).

Etiquetas: ,

domingo, fevereiro 25, 2007

Touro Enraivecido (1980)

A imagem “http://www.sensesofcinema.com/images/directors/02/raging.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

Começo hoje uma série de crónicas sobre filmes que vou (re)vendo. Podem ser bons, maus, não interessa, desde que sinta que deva escrever algo sobre eles, posto aqui.
Raging Bull faz parte da colecção de cromos que Scorcese fez da cidade de Nova Iorque. Depois do Taxista traumatizado de guerra (Taxi Driver) surge o Boxer que nunca cai ao chão.
Robert de Niro (Jake LaMotta) faz um dos papéis da sua vida e ganha o Óscar de melhor actor. É um filme muito centrado no desempenho do actor, feito para ele brilhar, uma personagem que evolui, partindo do primeiro combate e acabando como Stand Up Comedian em clubes rascas. Não é uma personagem com a densidade de um Michael Corleone do Padrinho, mas De Niro não falha.
A fotografia remete-nos para um preto e branco que por um lado data o filme e por outro retira o vermelho do sangue à semelhança de Psico de Hitchcock. A violência de Scorcese nunca é gratuíta e surge porque tem de surgir, não há censura mas também não há exagero. É natural no submundo e na vida doméstica de LaMotta (que ainda está vivo).
O que este flme traz de novo é a maneira de filmar combates de boxe, que sai dos parâmetros habituais e entra no ringue. Não é por acaso que ganhou o Óscar de melhor edição.
Não sendo uma obra-prima é um filme a ver.
Uma nota final com ligações a Portugal para referir que Marcel Cerdan, a quem LaMotta roubou o título de mundial morreu num desastre aéreo nos Açores quando se deslocava para a repetição do combate entre ambos. Cerdan era amante de Edith Piaf. Que mundo pequeno

Imdb

Etiquetas: ,

domingo, fevereiro 18, 2007

Ainda há pastores?

A imagem “http://photos1.blogger.com/x/blogger/7667/4018/1600/16081/FOTO%20PORTO%20pastores.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

Ontem fui ver o Ainda há pastores? à renovada Sala Bebé do Batalha.
Um documentário fantástico que nos faz rir em cada montanha da Serra da Estrela. Por outro lado confesso que nunca choro no cinema e foi a primeira vez que durante um filme que me vieram as lágrimas aos olhos. Não foi tristeza, foi demasiada beleza a comover-me. Aliás, nem quero falar muito sobre o filme, só dizer que tenho pena que a projecção fosse feita a partir de dvd e não num formato digital de melhor qualidade.

Etiquetas:

domingo, dezembro 31, 2006

Babel

A imagem “http://theoscarigloo.com/2006/contenders/babel_movie.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

A luta pelo filme do ano decorria na minha cabeça entre Match Point e Entre Inimigos e o último parecia ganhar vantagem até que apareceu um Babel que partira mais tarde mas deixou todos para trás. Vou falar do filme, mas o ideal é verem primeiro, mastigarem bem e só depois lerem este post.
Babel é o terceiro filme da trologia de Iñarritu sobre a morte. Depois de um óptimo Amores Perros e de um grande 21 Gramas, surge um Babel que atinge a redenção com um final originalmente feliz.
A utilização de metáforas, bem patente no cinema mexicano, é explorada por Iñarritu quase até ao esgotar do filão. A torre e as torres de Babel que aparecem no final, a ligação invisível entre o miúdo marroquino e a japonesa, o facto de ser uma arma a ligar todas as histórias (antes de qualquer internet foram as armas a globalizar a sociedade) são exemplos disso. Mas não são os únicos casos, as metáforas espreitam um pouco pelo filme todo.
Depois, a forma genial de aboradar a globalização sem cair nos clichés da internet, dos portáteis ou dos telemóveis. A globalização não é feita de tecnologia mas de homens que se ligam e ligam o mundo, talvez seja esta a principal ideia a transmitir.
Não menos genial é a sua forma de cortar o tempo em pedaços e espalhá-los pelo filme. Parece ocorrer tudo em simultâneo mas existe uma separação temporal que só é bem visível quando se ouve o mesmo telefonema em duas partes distantes do filme (em espaço e em tempo) e talvez esta ligação telefónica também simbolize a tecnologia presente atrás da tal globalização humana (mas se calhar eu próprio tenho uma certa tendência para inventar, e nos filmes de Iñarritu invento bastante).
Por fim, actuações memoráveis, sobretudo dos actores mais jovens.
E um final feliz, contra todas as previsões.

Etiquetas: ,