quarta-feira, julho 30, 2003

Livro

Viver para Contá-la de Gabriel Garcia Marquez ou como o Realismo Mágico pode ser biografia.
O primeiro volume da história da vida do Nobel da Literatura de oitenta e dois, relata acontecimentos desde as batalhas travadas e peixinhos de ouro construídos pelo seu avô, coronel Nicolas Marquez (com todas as semelhanças com o coronel Aureliano Buendía ou aquele a quem ninguém lhe escrevia) até a uma viagem à Suiça como repórter quando o escritor colombiano estava perto de completar trinta anos. Embora não seja sublime como Cem Anos de Solidão (o estilo é bastante diferente e menos imaginativo, como é óbvio), Viver para Contá-la tem uma genialidade que funde a biografia e o romance, tal a riqueza das vivências do autor e a sua capacidade de contar histórias, nem que seja a partir de um prego. O realismo mágico que criou, apesar de inesperado (ou não?) está presente sobretudo na infância e a realidade de Macondo entrelaça-se nos locais por onde passou, nos seus antepassados e nas suas vivências. A não perder, mas só após a leitura prévia das mais importantes obras de Gabriel Garcia Marquez.