Supertaça...
Ontem fui a Guimarães ver a Supertaça entre o Porto e o Leiria no reconstruído Estádio D. Afonso Henriques. Mas de reconstruído só se pode falar do poeirento estádio, porque quanto à organização, essa continuava a ser a mesma dos tempos da Dona Urraca. Não vou falar daquele estádio que não tem paineis electrónicos, com uma camada de poeira sobre ele comparável a pirâmide egípcia enterrada na areia e sem um único cesto de papéis ou balde do lixo, afinal são coisas que se corrigem com facilidade e como ontem não ia jogar nem o Guimarães, nem o Benfica e tão pouco era um jogo do Europeu entre o País de Gales e a Bulgária, era lógico que ninguém se preocupasse pelas míseras trinta mil pessoas que viram o jogo.
Também podia falar dos Seguranças do estádio (que agora lhes chamam Stewards para as pessoas se esquecerem que aqueles homens são pessoas que sempre sonharam ser da GNR e chumbaram nos testes físicos por falta de bigode ou de barriguinha), mas lá por barrarem a entrada a crianças de cinco anos acompanhadas dos pais, por gostarem de pegar em repórteres pelos colarinhos e por deixarem o público invadir o campo com alegria, penso que tiveram sucesso no seu trabalho e não tenho nada a dizer deles, até porque tiveram uma excelente ajuda da polícia. Sim, a polícia que estave em grande, um número espantoso de agentes, consegui vislumbrar quase nove polícias dentro do estádio, todos muito atentos ao que se passava no relvado. Se o Bilro discutisse com o Deco ou o Vítor Baía desse uma bofetada de luva branca ao Ludemar eles estariam prontos a intervir, mas como isso não aconteceu limitaram-se a observar um jogo que não dava na televisão.
O único defeito que poderia apontar a toda esta fantástica organização seria o trânsito, mas nem este causou grandes incómodos. Qual é o problema de se demorar uma hora para percorrer o longo caminho de duzentos metros entre o lugar de estacionamento e a saída do parque que está dentro do estádio? Nenhum, só põe lá o carro quem quer, cá fora existem inúmeros locais, basta estacionar a uns dez quilómetros da cidade que se arranja lugar com facilidade. E demorar outra hora entre Guimarães e Famalicão pela Auto-Estrada? Até estava uma fila pequena nas portagens de Guimarães que apenas parou o trânsito na cidade à hora de ponta (dez da noite de domingo). E em Famalicão a fila de automóveis no acesso à Auto-Estrada Porto-Braga só tinha uns três ou quatro quilómetros, nada de extraordinário. Os automobilistas portugueses são incríveis, porque é que será que não aguentam um facto tão normal como demorar duas horas a percorrer um caminho que em situações normais se faz em quinze minutos? Já não ouvia tanta buzinadela por metro quadrado desde os tempos aureos da Ponte 25 de Abril.
Podia ter dito muita coisa, mas scabei por não falar de nada neste texto, porque pouca importância tiveram estes acontecimentos na minha vida, foi apenas uma óptima tarde de domingo com sabor a Euro 2004 e que se prolongou até à meia noite.
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