Jornalismo
Em Vila do Conde existe uma grande polémica sobre as relações da política com o jornalismo. No entanto não percebo o porquê de tanta polémica se quase não se pode chamar jornalismo à actividade dos media neste concelho.
Não sou adepto da perspectiva dualista (prefiro esta palavra a "binária", desculpa Eduardo) de que o Eduardo falou. Pelos vistos em Vila do Conde tudo funciona com o sim e o não, com zeros e uns, e sem meios termos, sem atitudes críticas, enfim, "Or you are with us, or you are against us", como diria um (ex?)presidente americano. Os jornais também funcionam nesta lógica, um pertence ao PS e as assinaturas deste jornal até podem ser pagas na sede do partido e outro, da oposição, no editorial assume-se como voz da direita. Por coerência não os compro, mas consulto os que têm versão digital. Quanto às rádios, o jornalismo é residual, confesso que tenho uma delas sintonizada no carro mas é mais por descarga de consciência, a música que lá passa durante a tarde é digna de uma romaria do mais esquecido interior, os locutores são dignos de um programa de humor e a publicidade ecoa nos nossos ouvidos num som de fundo de garrafa. No último ano nasceu um novo meio de comunicação local, os blogues. Em termos de qualidade estão quilómetros acima da imprensa e rádio, mas no dualismo pouca diferença existe, ou são da Câmara ou são da Oposição (por agora até são todos do lado da direita, mas anseiam por alguém do PS com quem possam lutar).
Para quem é idependente pouco sobra, por muito acertadas que sejam as críticas, por muito úteis que sejam as propostas, quem não pertence à sociedade dualista é ostracizado. Porque é que o (ouriço cacheiro) nunca apareceu no blogómetro do Terras do Ave? Porque não é da Oposição. Porque é que nunca foi referido em locais públicos? Porque não defende a câmara.
Por aspectos destes é que sempre evitei falar da política local. Quando falei, critiquei, sugeri, não serviu de nada. Apenas outros independentes deram voz à discussão, outros ostracizados como eu. Cada vez tenho menos vontade de falar na política local, por muitos elogios que me façam.
4 espinhos:
Caro sr. fala tanto que é independente. Independente em quê? Meta na cabeça ninguém, niguém mesmo é independente. Isso é conversa de fracos, que têm medo de assumir e se escondem atrás da independência. Nada melhor que dizer o que pensa. Nem esse pensamento seja uma nova corrente. Agora independente, desculpe lá.
Está a dar-me razão. Independente porque não pertenço em nenhum partido, e porque posso votar no que quiser em cada uma das eleições. Independente porque posso dizer que concordo com as ideias de uns mas porque também posso discordar. Independente nesse sentido.
Agora que estamos sempre dependentes dos outros, isso é óbvio, mas também um lugar comum.
puxa miguel... eu não pertenco à claque da câmara e muito menos à da oposição...
Desculpa meter tudo no mesmo saco... O post não é direccionado para ninguém especifico, mas antes contra o dualismo do concelho. Quando falo em independentes não falo apenas de mim, o Quasi Diário também é uma voz. Devia ter aberto essa excepção, mas de qualquer maneira acentuo aqui.
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