Volta
A Volta está para o Tour assim comos os emigrantes estão para os franceses.
Esta é a regra de três simples que relaciona as duas competições velocipédicas. Em França o último quilómetro é protegido com barreiras, em Portugal só os últimos 300m. Um emigrante em França aluga um Mercedes CLK para vir a Monte Gordo mostrar que tem dinheiro, um Francês faz turismo em Vale do Lobo com um dos seus Mercedes. Um emigrante passa fome três meses para alugar um Mercedes, um francês come trufas no seu jacto.
Efimkin é um Armstrong soviético, não tem chips, tem válvulas, é como um disco de vinil com as marchas do exército russo. Cândido é um Jalabert de Rebordosa, que pensa ser o maior do mundo só porque tem um CLK alugado. Aquelas suiças não enganam ninguém, são mesmo de emigrante.
Os espectadores gostam de atirar água à cara dos ciclistas em vez de os atirarem ao chão com máquinas digitais. Em vez de vermos os Pirenéus cheios de Bascos, Cazaques, Texanos ou Diabos Vermelhos vemos uma Serra da Estrela só com Pastores, ovelhas, cabras e incêndios a assistir.
Salva-se a televisão e os comentários, salva-se a Senhora da Graça e salvam-se as bicicletas, que lá como cá têm duas rodas.
1 espinhos:
Somos um país muito caseirinho... e por aqui me fico!
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