segunda-feira, setembro 20, 2004

Camus



Confesso que só ontem li "O Estrangeiro" de Albert Camus. A personagem principal dste livro leva-nos a um paradoxo em que o absurdo é a realidade mais comum. Mersault é um homem sem ideias próprias mas que por outro lado é um extremo de racionalidade. Este expoente de racionalidade choca com a irracionalidade do mundo, sendo esta a base do absurdo. Mersault fez-me lembrar muitas vezes os estudos neurológicos realizados no campo das emoções e sentimentos, muito focados em "O Erro de Descartes" de António Damásio. A racionalidade extrema leva-nos ao absurdo. Deixa de existir o bem e o mal, a morte não tem significado e a vida tem tanto sentido como a inexistência.
Concordo que no fundo o mundo é de um pouco como Mersault o vê, e por vezes sinto que tenho atitudes semelhantes. Tendo consciência que a realidade posso ser assim, afasto o pensamento procurando sentidos para a vida que não os comuns. É algo bem visível neste post, neste e neste.

1 espinhos:

Anonymous Anónimo disse...

Já li "O Estrangeiro" há uns anitos, mas é um livro que marca. Por muito que nos custe, o existencialismo está, cada vez mais, na "moda". Um blog, por exemplo, é uma arma para o combater.
Dupont

4:04 da tarde  

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