Um blogue portugues para
acrescentar a tantos outros. Claro que se julga diferente e por essa razao
e' igual a todos (agradecemos feedback:
ouricocacheiro@gmail.com)
Eu sei que é tarde, mas a minha vida profissional anda a ocupar-me todo o tempo livre. E o tempo livre que resta (não é nenhum erro, estejam descansados) é passado a fazer coisas interessantes como andar de bicicleta, jogar futebol ou ir ao cinema e teatro. Passando à frente estes assuntos pessoais que não interessam a ninguém, o jogo de sábado mostrou mais uma vez aquilo que são as duas equipas. 13 contra 12. De um lado a trauliteira equipa do Benfica com 2 reforços de peso, Jesualdo e Lucílio, de outro o Porto com um reforço que outrora foi um a menos. Falo, como é óbvio de Fernando Santos. Embora eu não seja fã do 4-3-3, a equipa inicial do Porto era a que melhor cumpria este sistema. Lisandro funciona bem a entrar das alas para o centro, ao contrário do que acontece quando jogam Postiga e Adriano. Existe sim uma enorme desconpensação nas laterais. É certo que Fucile não é um prodígio a defender (ataca muito bem) mas o principal problema esteve nos extremos, que não acompanhavam a subida dos laterais, sobretudo Léo. Muitas vezes caía Lucho para a direita mas num 4-3-3 não deve ser o Médio Interior Direito a cobrir o lateral (só pontualmente) porque senão perde-se o meio-campo mas sim o extremo e Lisandro e Quaresma não defendiam. É um ponto a rever. Apesar de alguma descompensação nas laterais o jogo esteve próximo da goleada até os trauliteiros repetirem a graça do ano passado exactamente no mesmo local mas desta vez partindo pernas. Para ajudar Jesualdo decide defender o 2-0 aos 31 minutos. O 2-0 é um resultado muito enganador, não dá segurança, sofre-se um golo e o adversário moraliza enquanto a equipa que está a ganhar encolhe-se. A melhor maneira de defender um 2-0 é marcar o terceiro. Jogando com 3 médios ofensivos faltou um elo de transição, e um meio campo musculado além de não construir é incapaz de entregar bem as bolas aos vançados. Valiam as subidas de Fucile para criar perigo. Em vez de Meireles devia entrar Jorginho. Não é nenhum Anderson mas a filosofia de jogo mantinha-se. Meter Meireles (que não deixa de ser um dos melhores do Porto e um indiscutível na selecção) foi convidar o Benfica a marcar quando o Porto o podia fazer facilmente mais 2 ou 3 vezes (do outro lado estava Fernando Santos). Há 2 argumentos fundamentais para defender esta tese:
1- Com 3 médios defensivos o Porto em 2 partes (1ª do Sporting e dos 35 da 1ª aos 35 da segunda do Benfica) o Porto levou 3-0.
2- Em 5 minutos com mais um avançado o Porto marcou o terceiro golo.
Mais tarde falarei em Anderson e nos trauliteiros.
Depois de ter sido tão crítico em relação ao adiamento da 2ª Fase do Metro do Porto, vou fazer parte da equipa responsável pelos novos estudos. Há coisas...
A equipa dos 3 trincos à Fernando Santos resultou no que se estava à espera: 1-0 para o Sporting. Demos-lhe um golo e 45 minutos de avanço, para depois com uma equipa decente lutarmos pelo golo. Só demorou 5 minutos a surgir (obrigado, Ricardo). Depois foi-se lentamente abdicando do ataque embora o 4-4-2 losango tenha acabado por funcionar bem em termos de consistência. Gostei de Fucile.
P.S.: O Secretário redimiu-se hoje do passe que fez a Acosta no antigo Estádio de Alvalade, se antes tinha dúvidas se era Sportinguista ou Portista, hoje dissipei-as: Grandes Comentários! Nada Tendenciosos!!
O Ministro Sulista. Mário Lino, apelidado de Ministro Iberista hoje mostrou porque é o mais sulista de todos eles. Foi ele que bloqueou uma segunda fase de um metro do Porto que custa metade do de Lisboa e cujas estações subterrâneas custam um terço das de Lisboa. Foi ele que hoje decidiu que se deve pagar em 3 SCUTs à volta do Porto (A28, A29 e IC24). O Norte é actualmente a região com o PIB per capita mais baixo do país, Lisboa e Vale do Tejo a mais rica, onde se põem as portagens? À volta do Porto, claro! E eu até sou a favor do utilizador/pagador, mas no país todo e não tentando cortar as pernas a toda uma cidade e a toda uma região.
O sentido no Fim não existe, esta é a premissa do filme. No entanto, a referência a “O Estrangeiro” de Albert Camus implica uma abordagem à obra do escritor francês num texto como este. “O Estrangeiro” é um romance que poderá ser considerado existencialista (embora o autor não se assuma como tal), cuja abordagem filosófica é explicada no ensaio subsequente “O Mito de Sisifo”. A ideia do absurdo percorre ambos os livros. Mas o que é o absurdo? Segundo Camus o absurdo nasce da comparação entre um estado de facto e uma certa realidade, sendo um divórcio que brota do confronto entre ambos os elementos comparados. “O absurdo não está no Homem nem no mundo mas na sua presença comum”, acabando este quando acaba um dos termos de comparação, que será o Homem com a morte. Daí surge a pergunta: Será que a vida tem um sentido? Merecerá ela ser vivida? Ou devemos optar pelo suicídio? Camus responde que o mundo não tem sentido nem razão, e que a vida é absurda e vã. Um homem consciente do absurdo é um homem sem esperança, quando tem consciência do absurdo já não pertence ao futuro. A monotonia do dia-a-dia carece de um sentido, portanto é absurda. No Fim, Mersault é uma mulher, o que é um divórcio que brota da comparação entre o filme e o livro, nascendo logo aí o absurdo. No entanto, existem semelhanças entre os dois Mersault, ambos são homens absurdos. Nenhum deles tem esperança e os seus pensamentos são estéreis, a sua vida resume-se à existência. O filme não pretende ser mais do que uma descrição de alguém a subir as escadas, ele é o que se vê e a referência ao livro resume-se à personagem, Mersault tanto podia subir escadas como andar pela Argélia, o homem é o mesmo e é absurdo. O homem absurdo também é Sísifo, obrigado a transportar uma pedra até cima do monte e vê-la cair, retomando novamente a viagem até à eternidade. A subida das escadas, o aparecimento no início delas após a queda são referências óbvias ao Mito de Sísifo, e o facto de o filme ser um ciclo onde o início e o fim poderiam estar em qualquer lado acentuam esta comparação. Muitas mais semelhanças existem entre “O Estrangeiro” e “FIM”, depois destas luzes caberá a cada um descobri-las.
Estreia neste blogue na 5ª Feira FIM. A minha primeira curta metragem baseada em "O Estrangeiro" de Camus. Não será a versão definitiva mas antes um Work in Progress, já que falta a banda sonora. Aliás, um desafio que coloco é a elaboração de uma banda sonora para este filme, mas sobre isso falarei mais tarde.
Esta, do JN. Mas para que sejamos justos, existem alguns pequenos truques nestes números. Em primeiro lugar não é possível saber quanto custou o Metro de Lisboa, apenas o custo das últimas linhas. No entanto, este por ventura será inclusivamente mais caro do que o que aparece na notícia (60 milhões de euros por quilómetro) já que a tecnologia de construção foi evoluindo e ficando mais barata. O que não parece correcto é dizer-se que o porto lucrou o dobro na receita por passageiro/quilómetro. Isso só revela que os passageiros no Porto pagam em média o dobro que os de Lisboa, e não que a empresa é mais lucrativa. Mais abaixo lê-se que a taxa de ocupação em Lisboa é superior (16,6% contra 13,2%), o que quer dizer que o Porto tem o dobro dos lucros por passageiro mas que não consegue ter tantos passageiros e portanto a sua receita real, apesar de superior não corresponde ao dobro. Se os bilhetes fossem mais baratos talvez fosse diferente. O que se pode concluir? Que Lisboa recebe e gasta muito mais dinheiro e que por isso tem bilhetes muito mais baratos. O Porto consegue fazer estações subterrâneas (nem falo nas de superfície) por metade do preço e mesmo assim vê entraves e mais entraves para uma segunda fase, apenas porque o ministro acha que se gasta dinheiro a mais. Talvez se gaste, mas em Lisboa, agora que a linha vermelha vai ser prolongada até ao Saldanha e sabendo que o Terreiro do Paço já mete água há muito tempo o que se pode dizer? Que já estamos fartos de ter gente a meter água no Terreiro do Paço e queremos ser nós a tratar dos nossos problemas com o nosso dinheiro.
É fundamental para o crescimento da região um canal de televisão que esteja próximo das pessoas. O Porto Canal, ao contrário da Invicta TV é um projecto com pernas para andar. Eu acredito que com inteligência e imaginação seja possível dar voz e imagem à região. Vemo-nos por aqui.