Em todos os posts deste blogue, as críticas ao meu clube são bastante raras, mas o Caso Nuno Valente não pode ser deixado em claro. É inadmissível o que fizeram a um dos jogadores fundamentais para a conquista da Taça UEFA e a Liga dos Campeões.
Qual é o jogador que na plenitude das suas capacidades mentais se retira da selecção antes de jogar o primeiro e único mundial da sua vida?
Obrigá-lo a esquecer o sonho de qualquer futebolista é amputar a sua carreira de uma forma desumana. Ainda bem que soube manter a dignidade e manter o seu desejo em jogar o mundial. Por causa disso teve que dizer adeus ao clube que lhe deu tudo, pela porta pequena, fazendo o último treino na equipa B e sendo vendido por uma verba equivalente a 2 Estádios do Dragão cheios.
Fica na memória um momento, talvez o mais marcante de todos:
Estádio Olímpico de Sevilha, 23 de Maio de 2005. 120' de jogo e o Porto vencia por 3-2. O Celtic pressiona no final do jogo pela direita e Nuno Valente impede uma entrada em falta sendo expulso com o segundo amarelo. Uma expulsão.... Uma expulsão fundamental para a mais emocionante vitória do Porto. E se aquela falta não tivesse sido feita?
Puro aproveitamento Político:
Francisco Assis:
"Está em causa a imagem do dr. Rui Rio [presidente da autarquia e recandidato PSD/CDS-PP] como alguém que está imune a pressões e muito acima dos jogos de interesses"
(O que é que o Rui Rio tem que ver com isto? Paulo Morais até disse que com Rui Rio nunca existiria essa corrupção. Algo que eu acredito)
Fernando Ruas:
"Não me parece correcto que, quando está para sair, venha falar destas coisas"
(Então quando queres que ele fale? Quando saires da Câmara de Viseu?)
João Teixeira Lopes:
“Há denúncias precisas sobre os governos de Durão Barroso, Santana Lopes e José Sócrates no que respeita a negócios imobiliários e acusa os partidos de os usarem para financiar as campanhas”
(Pois, o Bloco nunca esteve no governo nem na Câmara, senão...)
Rui Sá:
"Rui Rio deve esclarecer se foi cúmplice do afastamento de Paulo Morais das listas e se tal se deveu a estas razões”
(Eu nem sou vereador nem nada, passa-me tudo ao lado...)
Parece que Paulo Morais descobriu a pólvora.
Destaco as seguintes expressões:
"Nas mais diversas câmaras do país há projectos imobiliários que só podem ter sido aprovados por corruptos ou atrasados mentais"
e
"as estruturas corporativas são hoje muito mais fortes porque têm uma aparente legitimidade democrática. Se os vereadores do Urbanismo são os coveiros da democracia, os partidos são as casas mortuárias"
Fantástico. Mas porque é que andou calado tantos anos? Só agora descobriu isso? Aqui no (ouriço-cacheiro) já descobrimos há mais uns anitos.
O futuro? Tudo na mesma. Volta e meia soltam-se declarações destas, mas nada muda.
O último foi o Máriio Soares, mas como agora é candidato mais vale andar de braços dados com as autarquias.
Para terminar:
O partido do Vereador Paulo Morais (PSD) era contra a regionalização porque defendia uma descentralização a partir do aumento do poder dos municípios (!). Será que eles ainda acreditam no que dizem?
Enfim...
Amanhã tudo estará igual.
Eu sou o Avô Cantigas
Todas as Maiatas são minhas amigas
Eu sou o Avô Cantigas
Rapazes e Raparigas
Sempre pensei que um bom guarda-redes se via pela forma como ele marcava penalties. Pelos vistos estou enganado.
Este post não tem imagem. Primeiro porque me roubaram a máquina fotográfica e não tenho dinheiro para comprar uma nova (aceitam-se contribuições). Segundo, porque o assunto é negro.
Queria falar do caso específico do incêndio de Labruge/Modivas que chegou a pôr em perigo a bomba da Galp no IC1 onde se gravou o anúncio desta companhia para o Euro 2004.
Esta zona, de Reserva Agrícola, situa-se bem perto do Parque Nassica, e nos últimos anos foram construídas duas estradas, paralelas entre si com 10m de distância, que atravessam uma grande mancha verde. Porquê duas estradas quando bastava uma? Numa delas não passa um único carro... Se ainda fosse para construir, mas é RAN, não há hipótese de construção. Ou andará por aí um PDM a ser revisto? Realmente é engraçado, foi preciso construirem um centro comercial e duas estradas para o pinhal arder por completo. Porque será?
Quantos PDM's estão em revisão pelo país em 2005? Quantos incêndios há em 2005?
Liga Betandwin tem nome de medicamento, parece uma ligadura especial que coagula as feridas ou algo do género.
Pelos vistos é uma empresa de jogo pela internet. Sabe-se que é proibido jogar em sites estrangeiros, pelo que se faz publicidade a uma empresa cujos produtos estão interditos aos portugueses. Um pouco estranho, não? Será que a Liga vai alegar qe é uma publicidade virada para o exterior? A nossa liga é assim tão interessante para os espectadores estrangeiros?
Se começam a fazer publicidade a empresas com produtos ilegais, estou mesmo a ver no futuro a Liga Tó Drogas - Comércio de Estupefacientes ou a Liga Zé Ganzas, com sucursais na Holanda.
A Volta está para o Tour assim comos os emigrantes estão para os franceses.
Esta é a regra de três simples que relaciona as duas competições velocipédicas. Em França o último quilómetro é protegido com barreiras, em Portugal só os últimos 300m. Um emigrante em França aluga um Mercedes CLK para vir a Monte Gordo mostrar que tem dinheiro, um Francês faz turismo em Vale do Lobo com um dos seus Mercedes. Um emigrante passa fome três meses para alugar um Mercedes, um francês come trufas no seu jacto.
Efimkin é um Armstrong soviético, não tem chips, tem válvulas, é como um disco de vinil com as marchas do exército russo. Cândido é um Jalabert de Rebordosa, que pensa ser o maior do mundo só porque tem um CLK alugado. Aquelas suiças não enganam ninguém, são mesmo de emigrante.
Os espectadores gostam de atirar água à cara dos ciclistas em vez de os atirarem ao chão com máquinas digitais. Em vez de vermos os Pirenéus cheios de Bascos, Cazaques, Texanos ou Diabos Vermelhos vemos uma Serra da Estrela só com Pastores, ovelhas, cabras e incêndios a assistir.
Salva-se a televisão e os comentários, salva-se a Senhora da Graça e salvam-se as bicicletas, que lá como cá têm duas rodas.
Uma das promessas deste governo era possibilitar a criação de empresas na hora para libertar o empreendedorismo da burocracia. A solução não foi mudar a burocracia e a legislação mas contorná-la criando empresas de nomes pré-definidos para que os empresários possam escolher.
A lista de nomes está neste site. E já começo a ver o nome das futuras firmas:
- Machados 100 GOLPADAS
- Reabilitação de Igrejas ABÓBADA CELESTE
- Porteiros de Discotecas ACÇÃO E REACÇÃO
- Retroescavadoras ANAPURNA
- Produtos Dietéticos BARRIGA DE PRAZER
- Serradeiras Eléctricas BOSQUE SAGRADO
- Próteses Ortopédicas BRAÇO D'OURO
- CAUDA DO DRAGÃO - Produtos oficiais SLB e SCP Lda.
- Agricultura Biológica COUVELÂNDIA
- Veícultos Todo-o-Terreno DUNAS DE SABER
- Agência de Encontros ESCAPA-TE COMIGO
- Clínica Dentária ETERNO AMARELO
- Meios Aéreos Anti-incêndio ETERNO LUME
- Roulotes FARTURA SALOIA
- Garrafas FLAGRANTE DE LITRO
- Medicamentos para a Disfunção Eréctil FRIOS E CÁLIDOS
- Maçãs GERAÇÃO DE ADÃO
- Aperitivos IDEIAS SALGADAS
- Parafusos INSIDE THE MIND
- Telenovelas JOGO DE DAMAS
- Sabonetes KASCA DURA
- Bares de Alterne LUGAR D'AFRODITE
- Gaiolas LIBERTY GARDEN
- Ar Condicionado MÁQUINA DOS VENTOS
- Infantário MENINOS VOADORES - Entrada pelo 3º Piso
- Clínica de Desentoxicação MENTES ANÓNIMAS
- NÉCTAR DA SABEDORIA - 100% Sumo
- Furos Hertzianos NO TOPO DO MUNDO
- Preservativos NÚMEROS FÉRTEIS
- Desodorisantes ODORES LATINOS
- Tipografia em Braille OLHAR PORTUGUÊS
- Funerária PANTEÃO DO MUNDO
- Fábrica de Celulose PRAZER DOS CHEIRINHOS
- PaceMakers PULPITUM
- Churrascaria QUEIMAKILOS
- Anti-alérgicos ROLAR NA RELVA
- SANTA GOTA - Vinho de Igreja
- Funerária SEXTA IDADE
- Antiquários SOMETHING NEW
- SPEEDWOMAN - Chapeiro e Pintura
- Artigos Militares TANQUE DE PEDRA
- Mangueiras ÚLTIMOLHAR
- Bairros Sociais VIVER NO ÉDEN
- ZEBRA 100 RISCAS - Códigos de Barras
Os incêndios são mais do que um assunto batido. Todos falam da falta de prevenção, da limpeza das matas e dos interesses por detrás, alguns falam nas características da floresta portuguesa, que privilegia as espécies exóticas, mas ainda não se começou a falar do problema de planeamento.
Para lá das causas dos incêndios existe o impacto que estes têm nas pessoas. Imagens de casas a arder, pessoas a correr de calções e em tronco nu, um BMW esquecido que explode, etc. Aqui existe outro grande problema, o mau planeamento. Quantas destas habitações que ardem serão ilegais? Quantas delas nunca deveriam ser construídas ali? Nunca ninguém fala disso.
E quando são legais? Que PDM's permitem a construção em locais perigosos privilegiando a habitação dispersa em detrimento do reforço do policentrismo? Deixar construir habitações isoladas em áreas florestais não é apenas um atentado ambiental, também é um perigo para quem lá viver. No país dos empreiteiros quem compra casa é quem fica sem ela.
Em Srebrenica morreram entre 8 e 10 mil pessoas. Em Hiroshima e Nagasaki morreram 210 mil pessoas. Radovan Karadzic é hoje perseguido pelas autoridades e até a sua mulher pede que se entregue ao TPI. Em 60 anos não houve um único julgamento sobre as Bombas Atómicas e nas listas de genocídios não aparece nenhuma referência a Hiroshima.
Os jornalistas, que não têm pejo em chamar genocídio ao que quer que seja, abordam as bombas atómicas como um marco histórico e não como algo que vem do pior da essência humana. Os extermínio de Judeus é visto como a mais negra página da história, mas as bombas atómicas não merecem filmes sobre o sofrimento dos japoneses.
A diferença? Os Estados Unidos.
Quando é que vão começar a dar os nomes correctos aos factos? Hoje chega-se a dizer que se comemoram os 60 anos da Bomba Atómica em Hiroshima e muitos opinion makers desculpam o genocídio com referências à guerra fria ou às consequências de uma hipotética invasão do Japão. É incrível como 60 anos depois ainda há quem pense assim.
CAPÍTULO QUATRO
A modesta casa de alterne na Rua da Alegria já estava vazia. Apenas umas cadeiras em cima das mesas e um travesti encostado a um canto.
- Posso ir às traseiras?
- Achas que sim, ó mulhére? É tão verdade isso como eu gostar de gajas.
- Eu sou enviado de Carlão
- O presidente da Opus Gay
- Ah, assim deixo-te entrar, nunca mais me esquecerei do material dele.
Litos disse que não precisava de guia e encaminhou-se para o quintal no entanto o travesti ficou a olhar para ele ao longe. Era estranha aquela atitude e não sabia se era o inimigo que sempre temeu.
No quintal, o enviado procurou por uma Abóbora grande e o único exemplar do legume estava mesmo ao lado de uma plantação de cenouras. A abóbora tinha uma linha roxa, cor que sempre foi associada à homossexualidade.
- Afinal era verdade, o roxo sempre é a nossa cor.
A Chave da Abóbora estaria na terra da abóbora, sob o signo da cor rôxa, escavou e encontrou uma pequena caixa dourada.
Lá dentro o travesti descobriu que aquilo era uma heresia, escavar o solo sagrado de uma casa de alterne e passou à acção.
Enquanto o comboio viajava no troço entre Coimbra B e Campanha o Orgulhoso voltou a contactar o Presidente da Opus Gay
- Ó filho, vou-te pedir um favor.
- Que queres senhor?
- Que o Litos só fale comigo.
- E como poderei viver sem o seu amor.
- É uma questão de esperares, só assim ele pode continuar a ser o teu passivo.
- Ok senhor
- Senhora
- Sim mulhére.
O que o Orgulhoso diz é fundamental para o orgulho gay. Por isso a partir daqui Carlão e Litos nunca mais iriam falar, nem mesmo ter relações homossexuais.
CAPÍTULO TRÊS
Quando chegou ao Quarto de Banho, Roberto Leal deparou-se com Micaela sentada na sanita dos homens.
- Saia daí. Aquilo da incontinência era mesmo verdade.
Enquanto Roberto Leal deixava cair umas gotinhas, Micaela explicou-lhe que ele era o principal suspeito do assassinato do Senhor Policarpo.
- É um novo esquema inventado em conjunto pela GNR e a PSP, chama-se vigilância a olho nu. Trazem os suspeitos para o local do crime e depois esperam que eles se comprometam. A prova desta vigilância está no seu bolso.
Leal enfiou a mão no bolso e encontrou-o cheio de migalhinhas de pão. Era uma técnica usada desde os contos infantis com casinhas de chocolate. Um pequeno buraco na algibeira fazia com que as migalhas caíssem ao longo do caminho possibilitando uma rápida perseguição.
- E porque é que eles pensam que fui eu se estive a cantar nas festas de Pedrouços?
- Porque a mensagem original não é aquela que viu. Faltava uma linha, veja a fotografia.
3 – 14 – 15 – 92 – 65 – 4
Pimento: Só Ruga Vincada
O Pro-Rádio do Barro Cego
A.M. Procurar Roberto Leal
- Impossível! Eu não podia estar em Pedrouços e na Casa da Música ao mesmo tempo.
- Infelizmente o crime ocorreu nas 3h que demorou a chegar ao hotel por causa das obras da VCI. Mas tenha calma, esta mensagem não era para a polícia, foi um equívoco. O código numérico é apenas o número ∏ para me chamar atenção (3,14159265). Ele sabia que eu adorava esse número para calcular o perímetro dos meus brincos.
-Ele conhecia-a?
- Zangámo-nos há dez anos. Esta noite quando ia limpar o chão e vi mensagem soube logo que queria falar comigo, o A.M. desfez qualquer dúvida.
- Não era para me encontrarem antes do meio-dia?
- Não, significam Anja Micaela, era assim que ele me chamava.
- Era amante dele?
- Não, neta.
FACTO
O Priorado de Famalicão
Sociedade secreta portuguesa fundada em 1960, é uma organização real. Em 2002 a Biblioteca do Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte descobriu um conjunto de letras conhecido pelas Músicas Secretas que identificaram numerosos membros do Priorado de Famalicão, incluindo Tony de Matos, Cândida Branca Flôr, Carlos Paião, as Doce e os Da Vinci.
A prelatura de S. Francisco conhecida por Opus Gay é um grupo homossexual profundamente efeminado que tem sido objecto de controvérsias recentes devido a acusações como "Maricas", "Larilas" ou "Paneleiros".
Todas as descrições de músicas, bares gays, descobrimentos e sodomia existentes neste conto são inexactas.
PRÓLOGO
Casa da Música, Porto
01:23
O senhor Policarpo, conceituado musicólogo da Casa da Música, depois de mais um concerto pseudo-intelectual do Remix Ensemble Casa da Música, tropeçou à saída do elevador que o trouxe do gabinete da Administração e caiu. Quando se ia levantar ouviu uma voz:
- Não se mexa.
Era um homem pequeno e moreno com os olhos bem escuros e uma camisola de alças.
- Diga-me onde está!
- O quê? O WC? No corredor à esquerda.
- Você sabe do que estou a falar. Daquilo que você e os seus irmãos escondem. Os outros também desviaram a conversa.
- Os outros?
Policarpo percebeu que os seus três colegas também falaram no quarto de banho antes de morrerem. Fazia parte do protocolo.
- Depois de o matar serei o único a conhecer a verdade.
Entretanto o elevador começou a subir para a área da administração e o moreno sabia que tinha que agir rápido antes que chegasse o Couto dos Santos, o Burmester, o Santos Silva ou quem quer que fosse administrador da Casa nesta altura. Puxou do arco e acertou com a flecha bem na perna do senhor Policarpo. Sabia que o administrador da Casa da Música veria com bons olhos o desaparecimento de um musicólogo que poderia mais cedo ou mais tarde chegar à administração com o novo governo. Era óbvio que o administrador nada faria para salvar o musicólogo. Quando o segurança da Prosegur chegasse Policarpo já estaria com pouco sangue e o atraso da ambulância presa no trânsito da VCI às duas da manhã seria fatal. Fugiu sem deixar rasto.
Policarpo retirou a flecha da perna, viu o administrador sair fingindo não ser nada com ele e disse:
- Não vou sobreviver, há uma repavimentação na VCI. Tenho que transmitir o segredo rapidamente.
Aproveitou cada segundo de vida para uma tarefa desesperada. Com tanta preocupação em transmitir o segredo esqueceu-se que com um lenço à volta da perna o sangue estancaria e acabaria por sobreviver.
CAPÍTULO UM
Roberto Leal acorda sobressaltado quando lhe batem à porta.
Que se passa? Olha para o relógio e vê que passam apenas 30 minutos desde que chegou ao hotel vindo do concerto nas festas de Pedrouços.
- Polícia Judiciária.
Roberto Leal assustou-se, podia ter problemas com o fisco ou então ser mais um arguido do processo Apito Dourado, dada a cor do seu cabelo.
- Que se passa?
- Tinha um encontro com o Senhor Policarpo da Casa da Música esta noite, não tinha?
- É verdade, queria marcar um concerto em conjunto com o Tony Carreira na Casa da Música. Ele ficou de me visitar em Pedrouços no final do concerto
- Olhe o que lhe aconteceu.
Roberto Leal viu um corpo deitado e com um símbolo desenhado na sua barriga.
- Vamos, o Guarda Abel está à sua espera.
Quando chegou à Casa da Música, Roberto Leal não tinha percebido porque o tinham chamado, foi o Guarda Abel que lhe disse:
- Sabemos da sua experiência no estudo de mensagens no interior das letras musicais. A sua interpretação de “A Casa Portuguesa” é magnífica nesse aspecto.
- E o que é que isso tem que ver com a morte do Policarpo.
- É que a fotografia não mostra tudo, sem flash foi o melhor que conseguimos arranjar, veja o que está escrito ao lado dele. E sabe que mais? Ele demorou umas 2 horas a morrer à espera da ambulância, foi ele próprio com a ajuda do segurança da Prosegur que fez isto.
Leal viu o corpo de Policarpo deitado com um círculo na barriga e ao lado em giz algo escrito da seguinte forma:
3 – 14 – 15 – 92 – 65 – 4
Pimento: Só Ruga Vincada
O Pro-Rádio do Barro Cego
Roberto Leal interpretou que podia ser uma mensagem para alguém chamado Pimento, no entanto os números iniciais não faziam qualquer sentido, e o Rádio relacionado com barro não o levava a lado nenhum.
Foi nesse momento que uma loira chamada Micaela entrou pelo átrio da Casa da Música. Micaela, também cantora como Roberto Leal, nas horas vagas era empregada de limpeza na Casa da Música conhecendo o Guarda Abel depois deste ter feito a segurança de um concerto seu. Na altura o Micaela acusou o guarda de assédio sexual, e a partir daí a relação de ambos nunca foi a mesma.
- Senhor Roberto Leal, o Consulado do Brasil quer falar consigo, por favor ligue-lhes para este número 229876543.
- Não posso, estive a ver a SMS Tv e fiquei sem saldo.
- Eu empresto-lhe o meu – disse o guarda Abel, para que o brasileiro se despachasse e voltasse a estar atento ao enigma.
Roberto Leal estremeceu com o que lhe disseram ao telemóvel. Entretanto, Micaela deslocou-se à carrinha da Limpotécnica para ir buscar uma esfregona nova.
- Preciso de ir ao Quarto-de-Banho. A minha mãe foi raptada no Brasil. E além disso eu sofro de incontinência.
CAPÍTULO DOIS
A poucos quilómetros dali, Litos, o moreno de olhos escuros estacionava o seu Ford Ka ao lado do Assador Típico do Hospital de Santo António. Caminhou pela rua e entrou num bar gay seu conhecido. Naquela hora os néons já estavam desligados e todos os homossexuais tinham saído. Estando em privacidade pegou no telemóvel e ligou ao Orgulhoso:
- Voltei, Orgulhoso. Matei-os a todos, os três Grãos-de-Areia e o Grão-de-Bico.
- Tens a informação?
- Disseram todos o mesmo, todos confirmaram a lendária Chave da Abóbora.
A irmandade tinha concebido um mapa – a Chave da Abóbora – onde era revelado o esconderijo do maior dos segredos… Uma informação tão poderosa que passou a ser a razão da própria existência.
- A Chave da Abóbora encontra-se aqui, no Porto.
- Incrível, demasiado fácil.
Litos contou que o segredo fora contado por todos e estava numa das mais famosas ruas da noite portuense: a Rua da Alegria.
- Dentro de uma cada de alterne – exclamou o Orgulhoso – Eles escarnecem de nós.
- Como sempre fizeram.
- Fizeste um grande serviço ao Orgulho Gay. Há centenas de anos que esperávamos por isto. Agora vais ter que procurar a Abóbora ainda esta noite.
No Intercidades entre Lisboa e Porto vinha Carlão, o líder da Opus Gay. Ia para Campanhã onde se encontraria com o líder da ILGA numa reunião muito importante para o futuro da organização. Aí recebe um telefonema:
- Precisamos da sua ajuda, o Litos tem a Chave da Abóbora.
- O que devo fazer?
- Faça apenas o que lhe digo.