domingo, outubro 31, 2004

Hora

Dali Clock Explosion 36x24

O pior dia do ano: aquele em que entramos no horário de Inverno.

Não se ouvem trovões nesta hora, mas há outras vozes a circular por aí. Uma voz megafónica anunciando a chegada de Frankfurt, a voz das letras com o voo tê pê quinhentos e vinte cinco a piscar e a voz do quarto de banho aos berros: Tenho uma bomba! Daqui ninguém me tira, daqui ninguém me tira! Que se passa? perguntaram os quatro olhares forasteiros ao verem os policias cinzentos atirando o cigarro mal sugado para o cesto dos papéis para se abeirarem do quarto de banho. Tenho uma bomba. mando tudo pelo ar, afastem-se desta porta que eu mato todos. E os polícias cinzentos afastaram-se da porta cinzenta do filho negro em cima da cadeira de rodas. A voz megafónica ordenou que todos saíssem do aeroporto, as vozes das luzinhas a piscar deixaram de dizer tê e pê para passarem ao Cancelado, ao Cancelado e ao Cancelado e depressa se arranjou uma fita vermelha e branca igual àquelas dos corta-matos para se fazer uma pista à volta do aeroporto(Preparar, Partida! Quem chegar à casa de banho primeiro ganha uma bomba de encher pneus para a bicicleta). Demarcado o percurso, os polícias cinzentos começaram a correr em direcção ao quarto de banho numa passada de cicloturista todo-o-terreno. O primeiro a chegar, depois de cortar a meta e subir ao pódio, recebeu a sua coroa de louros, a medalhita da praxe e um chorudo prémio que consiste em falar com a porta cinzenta do filho negro de cadeira de rodas. Tenha calma, tenha calma, estamos aqui para ajudá-lo. Como é que me podem estar a ajudar? julgam que sou burro? estão aí é para me prender, mas vão ter azar, porque eu vou mandar tudo pelo ar. O que deseja em troca? podemos negociar. A mudança da hora, sou contra a mudança da hora. Mas porquê? não podemos fazer nada contra ela, era preciso um despacho do primeiro ministro, após uma reunião da assembleia da república e sem que o presidente exercesse o seu direito de veto por ordem do tribunal constitucional. O polícia com medalha de prata, acabado de chegar, desmentiu o seu colega: nem mesmo a assembleia da república tem poder para tal matéria, segundo as directivas europeias uma alteração na mudança da hora só se pode efectuar por intervenção da comissão europeia ou em última instancia numa cimeira extraordinária de chefes de governo, percebe? não é assim tão fácil mexer nas horas. Desde quando é que os polícias têm paleio de advogados? Desde o dia em que apareceu alguém com a ideia peregrina de se barricar num quarto de banho por estarmos prestes a entrar no horário de Inverno. Porque razão a partir das cinco e meia é noite? todos sabem que é uma questão de degradação da saúde pública. um dos principais remédios contra a depressão é a exposição à luz solar e graças a esta mudança da hora muitos mais cairão no flagelo este Inverno. E as criancinhas que vão de manhã para a escola e o sol ainda não nasceu? Todos sabemos que quem decidiu esta mudança da hora não pensou em criancinhas nem em escolinhas, pensou noutros interesses, por exemplo, os anti-depressivos e ansiolíticos em pastilha que se venderão à custa desta mudança. Pior que provocar uma depressão é explodir com um aeroporto onde circulam milhares de pessoas. Pior que destruir uma casa de banho de um aeroporto e provocar apenas a minha morte, é contribuir para o decréscimo da qualidade de vida de milhões de pessoas que vivem escravas de um fuso horário. já não basta a chuva que não pára de cair que ainda nos impingem um horário invernoso, ainda há pouco era Abril e agora estamos no Inverno. O senhor perdeu por completo a noção do tempo, muitas coisas aconteceram desde Abril. O seu muito pode ser o meu pouco, na vida de alguém o nascimento e a morte são o sol e a lua, tudo o resto são apenas estrelas, cometas e planetas do seu firmamento. para mim Abril começou há um dia atrás. Para mim, Abril foi há muito, desde aí nasceu a minha filha e morreu o meu pai. Um sol e uma lua. espero que as nuvens não continuem a tapar o seu firmamento. Espero que não traga a minha lua. Não vou trazer de certeza, afaste-se, procure as suas estrelas e torne o seu céu menos cinzento. Venha mostrar-me como o meu céu pode ser menos cinzento. A porta abriu-se, de dentro saiu um homem com pouco cabelo mas uma enorme sabedoria, às suas mãos caíram de imediato as algemas que o levaram à ambulância, ou aicnâlubma conforme lê Sofia enquanto entra no táxi.

Miguel Torres 2000/2004 (Adaptado)

sábado, outubro 30, 2004

Pormenores 2

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Nuno Gomes e Maniche têm o mesmo nome, Nuno Ribeiro, mas nenhum deles o utiliza. O jogador do Benfica tem como alcunha um ponta-de-lança do Porto dos anos 80 e o jogador do Porto tem como alcunha um ponta-de-lança do Benfica dos anos 80.

sexta-feira, outubro 29, 2004

Jornalismo



Este meu post tem causado alguma polémica, e as minhas caixas de correio e de comentários têm-se queixado alguma coisa. Queria por isso fazer alguns esclarecimentos, quando referi que os blogues vilacondense "ou são da Câmara ou são da Oposição (por agora até são todos do lado da direita, mas anseiam por alguém do PS com quem possam lutar)" errei ao referir a palavra "todos", dado o Quasi Diário não aceitar pertencer a este conjunto., sendo independente como eu. Segundo o Director do Terras do Ave, o facto do (ouriço cacheiro) nunca ter aparecido no seu jornal não se deve ao facto deste blogue não alinhar pelo mesmo diapasão da Oposição existente, mas antes por mera casualidade.
Não se trata de um contraditório, mas sendo este blogue um espaço aberto, não tenho qualquer pejo em divulgar os esclarecimentos que me fazem.

quinta-feira, outubro 28, 2004

Pormenores 1

O início de uma série. Os pormenores que por vezes passam à nossa frente e nem reparamos.

Galp

Este ano a forma de calcular o calendário da Superliga mudou. Nos outros anos existia uma ordem de equipas e por exemplo o Porto o ano passado jogava sempre com quem o Rio Ave tinha jogado na jornada anterior. Este ano não existe essa ordem, pela 1ª vez desde que vejo futebol.

quarta-feira, outubro 27, 2004

Livro



Presto aqui homenagem ao centenário do Benfica e à comemoração paralela do 10º ano de jejum.
Se o João Malheiro teve essa tarefa digna de Hercules ao escolher os 100 melhores jogadores dos últimos 100 anos do Benfica, eu vou-me restringir à pequena tarefa de escolher os 100 piores jogadores dos últimos 10 anos desse clube. Nada mais fácil.

Época 2004/05 (5)

Everson
Carlitos (Estoril)
Paulo Almeida
Quim
Yannick

Época 2003/04 (2)

Alex
Zach Thornton

Época 2002/03 (9)

Peixe
Nuno Santos
Helder
Cabral
Anderson
Fernando Aguiar
Éder
Armando Sá
Cristiano


Época 2001/02 (15)

Mawete Junior
Argel
João Manuel Pinto
Carlitos (Gil Vicente)
Anders Andersson
Cabral
Quim Berto
Porfírio
Pesaresi
Ednilson
Rui Baião
Diogo Luís
Geraldo
Ricardo Esteves
Jorge Ribeiro

Época 2000/01 (6)

Toy
Dani
Bossio
Dudic
Uribe
Sabry

Época 1999/2000 (11)

Andrade
Okunowo
Rojas
José Soares
Sérgio Nunes
Chano
Cadete
Marco Freitas
Luis Carlos
Pepa
Tote

Época 1998/99 (8)

Bruno Basto
Mark Pembridge
Kandaurov
Hugo Leal
Michael Thomas
Gary Charles
Steve Harkness
Nandinho

Época 1997/98 (11)

Sousa
Paulo Lopes
Ovchinikov
Paulo Madeira
El Hadrioui
Calado
Tiago
Jordão
Leónidas
Paulo Nunes
Taument

Época 1996/97 (21)

Tahar
Jorge Soares
Bermudez
Jamir
Hassan
Panduru
Brassard
Marinho
Paulão (Angola)
Luiz Gustavo
Pedro Henriques
Mauro Airez
Bruno Caires
Iliev
Donizete
Ramirez
Edgar
Veiga
Martin Pringle
Veríssimo
Lúcio Wagner

Época 1995/96 (4)

King
Paredão
Marcelo
Glenn Helder


Época 1994/95 (8)

Akwá
Clóvis
Rui Esteves
Paulão (Brasil)
Stanic
Paulo Pereira
William
Caniggia

Parabéns



O Glosas faz um ano. Parabéns Daniel, e não cometas o crime de fugir da blogosfera!

Jornalismo




Em Vila do Conde existe uma grande polémica sobre as relações da política com o jornalismo. No entanto não percebo o porquê de tanta polémica se quase não se pode chamar jornalismo à actividade dos media neste concelho.
Não sou adepto da perspectiva dualista (prefiro esta palavra a "binária", desculpa Eduardo) de que o Eduardo falou. Pelos vistos em Vila do Conde tudo funciona com o sim e o não, com zeros e uns, e sem meios termos, sem atitudes críticas, enfim, "Or you are with us, or you are against us", como diria um (ex?)presidente americano. Os jornais também funcionam nesta lógica, um pertence ao PS e as assinaturas deste jornal até podem ser pagas na sede do partido e outro, da oposição, no editorial assume-se como voz da direita. Por coerência não os compro, mas consulto os que têm versão digital. Quanto às rádios, o jornalismo é residual, confesso que tenho uma delas sintonizada no carro mas é mais por descarga de consciência, a música que lá passa durante a tarde é digna de uma romaria do mais esquecido interior, os locutores são dignos de um programa de humor e a publicidade ecoa nos nossos ouvidos num som de fundo de garrafa. No último ano nasceu um novo meio de comunicação local, os blogues. Em termos de qualidade estão quilómetros acima da imprensa e rádio, mas no dualismo pouca diferença existe, ou são da Câmara ou são da Oposição (por agora até são todos do lado da direita, mas anseiam por alguém do PS com quem possam lutar).
Para quem é idependente pouco sobra, por muito acertadas que sejam as críticas, por muito úteis que sejam as propostas, quem não pertence à sociedade dualista é ostracizado. Porque é que o (ouriço cacheiro) nunca apareceu no blogómetro do Terras do Ave? Porque não é da Oposição. Porque é que nunca foi referido em locais públicos? Porque não defende a câmara.
Por aspectos destes é que sempre evitei falar da política local. Quando falei, critiquei, sugeri, não serviu de nada. Apenas outros independentes deram voz à discussão, outros ostracizados como eu. Cada vez tenho menos vontade de falar na política local, por muitos elogios que me façam.

segunda-feira, outubro 25, 2004

Música

A partir da música "Englishman in New York" de Sting, uma nova versão "Fozgirl in Rio Tinto"

I don't drink tintol I take Metz my dear
I like my caviar done on the side
And you can hear it in my accent when I talk
I'm an Fozgirl in Rio Tinto

See me walking down S. Caetano
A earring bigger than my face
I take it everywhere I walk
I'm a Fozgirl in Rio Tinto

I'm an alien, I'm a legal alien
I'm a Fozgirl in Rio Tinto
I'm an alien, I'm a legal alien
I'm Fozgirl in Rio Tinto

If "manners make the girl" as someone said
Then she's the hero of the day
It takes a girl to be ignorant and smile
Be yourself no matter what they say

I'm an alien, I'm a legal alien
I'm a Fozgirl in Rio Tinto
I'm an alien, I'm a legal alien
I'm a Fozgirl in Rio Tinto

Money, propriety can lead to notoriety
You could end up as the only one
earrings, prosperity are rare in Rio Tinto's society
At night a diamond's brighter than the sun

Takes more than Sacoor Bros. to make a girl
Takes more than buying in Zara with fun
Confront Rio Tinto's people, avoid them when you can
A Fozgirl can walk but never run


If "manners make the girl" as someone said
Then she's the hero of the day
It takes a girl to be ignorant and smile
Be yourself no matter what they say

I'm an alien, I'm a legal alien
I'm a Fozgirl in Rio Tinto
I'm an alien, I'm a legal alien
I'm a Fozgirl in Rio Tinto

Penafiel











Inicio aqui uma nova forma de comentar os jogos que acompanho "in loco". Se comentar uma partida de futebol nos dias de hoje é uma redundância, uma repetição, uma queda no comum, penso que a melhor forma de contornar este aspecto é descrever tudo o que rodeia o jogo e que é imperceptível para quem o vê na televisão ou por uma qualquer transmissão directa pela internet, telemóvel ou outro tipo de tecnologia que ainda não foi inventada.
Como o habitual, lá fui no veículo amarelo da Bombardier, percorrer as estações que separam o Dragão da Senhora da Hora (Próxima Estação: Sete Bicas) .
Para ultrapassar os 25 minutos (Destino: Estádio do Dragão) do percurso com maior facilidade o meu pai inventou um passatempo e (Próxima estação: Ramalde) no FCP-Belenenses até fez um amigo graças a isso. Trata-se de ver como é feita a linha amarela de segurança em cada estação (Destino: Estádio do Dragão). Umas são de pedra amarela e outras de chapa com três nervuras para avisar os cegos que dali para a frente estão entregues a eles próprios, à bengala e, se tiverem sorte, a um qualquer grupo de escuteiros com a boa acção do dia por fazer. Esse amigo que o meu pai fez dizia-se pedreiro da empresa (Próxima estação: Carolina Michaelis) que construiu as estações e tinha toda a convicção do mundo que só existiam linhas de pedra amarela.
-Mentiroso! - Disse o meu pai mal o homem saiu no Campo 24 de Agosto (Esta estação faz ligação com o autocarro) - há umas de chapa, eu vi!
Mas as mentiras do pedreiro não se ficavam por aqui, quando o meu pai lhe perguntou se sabia quando era a abertura da estação do Mindelo (Destino: Estádio do Dragão), este respondeu que só quando a Ponte D. Luiz estivesse pronta é que a tal estação gaiense abriria. Respostas destas são dignas do Presidente da JP de Vila do Conde, digo eu (Próxima estação Campanhã, esta estação faz ligação com comboio da CP e autocarro).
Depois da analepse, chegamos à Estação do Dragão e às suas escadas rolantes. Subimos aí uns 27,3 lanços até chegar aquela parte em que se sorri e se pensa que bom é o fim das escadas rolantes. Um sentimento acompanhado pelo tom Everéstico das escadas que não rolam e que levam as nossas calorias da estação até à fantástica entrada 13. No cume do Evereste despedi-me das calorias num tom ofegante e qual Marco Pantani no Alpe d'Huez ali estava eu a cruzar o torniquete.
A 1ª parte correu bastante bem, o público vibrou e o McCarthy também.
Ao intervalo tive um impulso nostálgico. Fui visitar o lugar que me acompanhou naquele magnífico dia de céu azul, em que o Seitaridis fez uma grande exibição e, sobretudo, a data memorável em que Rui Costa deu o último suspiro como titular da selecção. No jogo de abertura do Euro 2004 tive a sorte de ficar na mesma bancada do meu lugar anual, na altura fui visitar a minha cadeira habitual e ela estava impestada de gregos. Ontem fui visitar a cadeira desse momento marcante e ela estava vazia e deprimida, à espera de outro Mourinho que encha uma das poucas zonas inóspitas do estádio, a zona C. Junto a ela estava a claque do Penafiel, ou melhor, numa estranha claque, cujos adeptos tinham os cachecóis dos dois clubes e que não se conseguia distinguir bem quem apoiava.
A 2ª parte só deve ter existido para o pobre coitado do Areias ser assobiado. Ainda não percebi o que é que o rapaz fez de mal, é por ter aquele nome? Sim, o Secretário também se chamava Secretário.
Vi o apito final, comecei a correr para apanhar o metro antes que ele fugisse e ainda vi o quarto árbitro a levantar a placa de três minutos de descontos na emissão da SportTv que passa nos plasmas do estádio. E dizem eles que transmitem em directo, com aquele desfazamento fico a pensar que as transmissões do Mundial de 2002 naquele canal chegaram com um dia de atraso e que já toda a gente sabia que o João Pinto tinha dado um murro no árbitro muito antes de passar na televisão.
Saído do Estádio, desci as escadas até aos subúrbios do centro da terra e regressei a casa (Destino: Senhor de Matosinhos, Próxima estação Campanhã, esta estação faz ligação com comboio da CP e autocarro).

domingo, outubro 24, 2004

S. Paio

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Uma excelente reportagem do siX sobre um local que muito desconhecem, o Castro de S. Paio. Como comentei por lá, só falta a fotografia daquela linha de água(?) execrável.
P.S. Foto Roubada ao reporter xiS.

sábado, outubro 23, 2004

Reunião



Na próxima terça-feira existirá mais uma Reunião participativa do Plano Estratégico de Ambiente do Grande Porto. Esta é referente ao concelho de Vila do Conde, e será às 17h30 no Auditório Municipal.
A reunião de trabalho é aberta a todos os cidadãos que vivem, trabalham ou estudam no concelho.
O encontro será um espaço de discussão, participação e envolvimento, pretendendo-se discutir os problemas e as prioridades da região do Grande Porto.
É uma reunião à imagem da Agenda XXI mas para todo o concelho de Vila do Conde. Tenho bastante pena, mas por ser num dia da semana e eu, como a maior parte das pessoas, estar a trabalhar, em princípio não poderei estar presente. Seria muito melhor se fosse um sábado, e espero desde já que não seja um lugar para os políticos fazerem campanha mas antes para ouvirem os cidadãos e agirem de acordo com os seus desejos.

Quem quiser confirmar a presença na reunião, deve utilizar os seguintes
contactos:

Telefone: 225 580 032
Fax: 225 090 351
contacto@futurosustentavel.org
http://www.futurosustentavel.org

sexta-feira, outubro 22, 2004

Corrida

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Hoje participei na prova mais conceituada do atletismo mundial a 3ª Corrida da Asprela
Podem ver-me na foto a liderar o pelotão e a alcançar um fugitivo, o número 99 - Vítor Baía (Que foi para a corrida treinar-se para os jogos que vai ter na selecção após as suas últimas exibições "à Ricardo"). No entanto, não fui eu que ganhei. Mas sabem porquê? Quando liderava a corrida apareceu um padre irlandês que me agarrou e levou para o lado oposto da estrada. Levantei-me com ajuda da polícia e quando ia retomar a corrida apercebi-me que o irlandês tinha roubado o meu dorsal (vejam a prova disso na foto, levo o dorsal na mão). Depois fui a correr atrás do carro dele pela Circunvalação abaixo e só reavi o meu dorsal quando o padre ficou sem gasolina à beira do Castelo do Queijo. Vim para trás, voltei à corrida no sítio em que o irlandês me apanhou e consegui regressar à liderança poucos quilómetros depois. Quando apanhei o Vítor Baía e fiz o ataque final, ganhando logo uma grande vantagem, tive um furo e fiquei à espera do carro de apoio. Depois de mudar de sapatilha estava em 56º a 1km do fim, ainda consegui chegar ao 34º com o tempo de 47:00, mas melhor era impossível. Foram 9km muito duros, pelo menos ganhei o prémio do azar.

Túnel

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Mas o que é que os 9 milhões de Portugueses que não vivem em Lisboa têm que ver com o túnel do Rossio?
(Retiro a pergunta se este problema desvalorizar o Rossio no Monopólio ao ponto de perder o seu lugar na liderança)

quinta-feira, outubro 21, 2004

Metablogue

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No fim de um post sobre uma corrida, nada melhor que um post sobre uma meta. Neste caso um post de reflexão sobre a blogosfera, uma reflexão metablogue.
Como se mede a qualidade de um blogue? Pela assiduidade do seu autor? Pela qualidade da escrita? Pela imagem ? E um blogue com muita audiência é um blogue com muita qualidade?
Os três casos de maior sucesso em termos nacionais tinham (ou têm) uma característica própria. O meu pipi tinha uma grande qualidade literária, o Abrupto vem de uma personalidade que escreve com grande assiduidade e o Barnabé tem uma imagem muito bem cuidada. Verifica-se, contudo, uma trajectória que vai das letras para as imagens. O futuro passará pelo fim da qualidade literária para a simples crónica política com uma boa imagem a ilustrar?
No caso do (ouriço cacheiro), após os posts políticos a audiência aumenta bastante, e os blogues vizinhos mencionam-no com regularidade. Um texto com mais qualidade literária (dentro das minhas modestas capacidades) é ignorado e não existem variações de audiência. No entanto ainda não percebi qual o estilo que o meu público mais fiel prefere. De qualquer forma, apesar do aumento das visitas nos últimos tempos, ainda existem poucas pessoas a fazer do (ourico cacheiro) um ponto de consulta habitual. E mesmo esse crescimento deu-se quando aumentei a assiduidade, melhorei a imagem e piorei a qualidade de escrita.
Apesar de tudo, mesmo indo um pouco contra a corrente da blogosfera, vou tentar melhorar a qualidade, a imagem vai-se manter e a assiduidade, que às vezes é inimiga da qualidade, também será mantida a muito custo.
Quanto às audiências, mentiria se não me interessassem (qualquer autor gosta de ser lido), penso que estão um pouco aquem daquilo que é o blogue de hoje. Vou correr atrás delas? Não, vou esperar que corram atrás do (ourico cacheiro), porque mesmo que tenha imenso prazer que leiam e critiquem o que escrevo, adoro ainda mais escrever com total liberdade e sem imposições.

Corrida

quarta-feira, outubro 20, 2004

Classificados

Vendo
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Copo de Água

Vendo um Copo de Água por motivos fiscais. Cor transparente, 50 centímetros cúbicos, acabamentos de luxo. Ano: 1987. Como novo, 1 único dono, 1 hora de garantia, nunca bateu, revisões na marca. Não aceito troca nem compra a crédito. 0,05€ s/ IVA.

BBC

Punk, Big Apple and dunk (1974, 1928 and 1937 respectively)

No site da BBC fala-se nas palavras que se tornaram comuns nos últimos 101 anos. De seguida sugerem que se elabore um texto até 150 palavras com alguns dos 101 novos termos. Eu utilizei 36:

A Sacred Cow was eating a cheerio at the Big Apple and listening to bossa nova. She wore a cool, sexy miniskirt and a wonderbra when an awesome cruise missile hit her and caused her Sudden Death. A hippie said that it’s racism, the pop cartoon Mickey Mouse with lack of sex said that the missile came from an avant garde wizard, Bush said it came from the axis of evil and that’s the beginning of another 9
/11, Karrey said it's a new Watergate. The people who’ve seen this brainwashing are shouting: Blitzkrieg! Ceasefire! The kitsch ones were seeing big brother and eating a Cheese Burger or other fast food bought in a drive-in or in a hypermarket. I was pissed off and listening to acid blues. This is only a cyborg virtual reality, and you can find going to google and searching for the BBC URL.

Pai

Que estranho. O meu pai fundou um blogue. Chama-se O alquimista.

terça-feira, outubro 19, 2004

Homo Portucalensis

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Falo-vos agora deste povo estranho que conheci quando cheguei a Portugal: os portugueses.

O Homo Portucalensis parece ser proveniente de um fenómeno regressivo de especiação do Homo Sapiens Sapiens que poderia contradizer as teorias evolucionistas de Darwin. No entanto, esta aparente contradição não tem rigor científico, pois o Homo Portucalensis tem melhores características de sobrevivência não só em países periféricos à beira-mar plantados como noutros países, mas sobre isso falarei mais tarde.

O Homo Portucalensis apresenta, na actualidade, duas linhas evolutivas. A mais antiga, com mais de 40 anos geológicos, tem como características mais visíveis um farfalhudo conjunto de pêlos por baixo do nariz, uma gargantilha dourada, uma camisola cadeada branca, uma diferença de coloração cutânea do braço para o antebraço e um coração desbotado nesse mesmo antebraço rodeado por alguns sinais que dizem “AMOR DE MÃE”, seguidos de um “ANGOLA” e um conjunto de números que penso serem identificadores do ser em causa. Entretanto, nos anos geológicos mais recentes, surgiu uma nova linha evolutiva, que mantém alguns traços dos seus ancestrais, como a gargantilha, mas o coração, o “AMOR DE MÃE”, o “ANGOLA” e o número saíram do antebraço e saltaram para costas e adquiriram a forma de letras chinesas, signos do Zodíaco e sinais de uma qualquer civilização que só os tatuadores conhecem. O boné com uma pala bem arredondada e o brinco na orelha esquerda são outros sinais deste novo Homo Portucalensis, acrescentando-se o cabelo rapado ou oxigenado e as mãos nos bolsos. Também existem outras linhas de Homo Portucalensis mas sendo minoritárias não merecem um estudo científico pormenorizado.

O Homo Portucalensis, em todas as suas linhas evolutivas, é conhecido pela sua capacidade industrial de produzir saliva, sendo por isso habitual vermos um exemplar desta espécie cuspindo o que tem em excesso. Na calçada a saliva não se sente sozinha, está acompanhada por filtros de cigarros, latas, dejectos de animais de companhia do Homo Portucalensis, e numa relação simbiótica todos lutam por uma sobrevivência longe da reciclagem e incineração. Ao lado, os automóveis são conduzidos por um povo que tem dez corredores de Fórmula 1 por cada dez Homo Portucalensis. Em Portugal, quando o semáforo passa de vermelho para verde não é sinal para o Homo Portucalensis colocar o pé no acelerador e arrancar, é altura para colocar a mão na buzina e apitar.

O Homo Portucalensis também tem uma qualidade mítica. O seu apego ao passado de uma forma doentia. Para este ser, as travessias transatlânticas ainda são feitas à custa de barcos à vela, o seu império ainda é meio mundo e o seu clube com mais adeptos ainda vence jogos internacionais. Inventou uma estranha palavra chamada “Saudade”, com a qual o novo conceito “Produtividade” entra muitas vezes em conflito. Mas também, para que se deseja a produtividade quando o Homo Portucalensis é um ser que deixa tudo para o último dia, utilizando depois a famosa arte do desenrascanço? Podem falar em pouca produtividade, pouco profissionalismo, mas ninguém pode negar que o Homo Portucalensis é sempre capaz de superar os problemas, sem ciência, sem técnica mas utilizando uma arte inacessível aos demais e cuja existência está relacionada com o êxito evolucionista desta espécie. Todos os trabalhos que aparentam ser impossíveis para o mais comum Homo Sapiens Sapiens, o Homo Portucalensis consegue realizá-los, desde que o prazo de execução já tenha terminado. Esta revolução evolucionista atravessa todas as classes sociais do Homo Portucalensis, todas as idades, ambos os géneros, todas as linhas evolutivas e, como referi no início deste ensaio, inclusive a diáspora do Homo Portucalensis personifica o conceito de desenrascanço. Um ser desta espécie, mesmo longe do seu habitat natural utiliza o desenrascanço para abrir uma janela de oportunidade com um atestado médico. Se essa janela tiver um espaçamento superior a sete dias, então o Homo Portucalensis apela à qualidade-saudade e regressa ao seu país para mostrar o seu automóvel com um F e um P colados na mala, um terço e um pinheiro de cheiro no retrovisor e bolinhas de madeira a forrar os bancos. Mas não é apenas esse atestado médico a efectivar o desenrascanço, a capacidade de trazer numa única viatura patinhos de porcelana, luzinhas de natal e leões de pedra dourados para decorarem o jardim da sua casa cor-de-rosa é por si só um desenrascanço. No entanto, a capacidade de falar com as suas crias em francês e de insultá-las em palavrões portugueses quando se portam mal, não está incluída neste conceito. Talvez seja de difícil compreensão o desenrascanço Homoportucalensiano, por isso vou acrescentar o exemplo de utilizar como quarto de banho todos os locais possíveis e impossíveis. Existe inclusive uma lenda, que nas profundezas da Atlântida ainda está um grupo de portugueses a urinar, estando eles por detrás da catástrofe que afundou esta civilização. Sim, porque a união entre vários Homo Portucalensis vai ao ponto de os colocar em grupo mesmo quando se dedicam a tarefas excretoras. No caso das fêmeas os grupos são constituídos apenas por dois exemplares da espécie, no caso dos machos, os grupos são muito maiores, fazendo mesmo estranhas competições entre si. Talvez este conceito do um Homo Portucalensis acompanhado sempre por dois ou três Homo Portucalensis seja a génese de momentos inolvidáveis em que os dois ou três Homo Portucalensis eram dois ou três milhões vestidos de branco e cheios de saudade de desconhecidos, vivendo do outro lado do planeta e que nunca mais voltariam. Podem criticar o Homo Portucalensis por tudo o que referi, mas quando ele se une, pode ser derrotado mas não se esquece dos amigos, nem vira as costas quando um qualquer Homo Sapiens Sapiens não se consegue desenrascar e lhe pede ajuda.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Khadafi

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"Eu não sou como o Sr. Pinto da Costa, não preciso do futebol para nada... (pausa) ... tenho imensos pneus lá em casa de várias marcas, em segunda mão mas como novos, se quiserem até todos vós podem consultar o meu catálogo"

Amigos



Este blogue tem ganho dinâmica com a participação dos seus leitores. Gostaria de agradecer sobretudo à Associação dos Amigos do Mindelo pelos esclarecimentos úteis que tem dado. Há por isso alguns links que estão presentes nos seus comentários mas que merecem um maior destaque no blogue. Primeiro sobre análises independentes à água do mar efectuadas após dias de chuva (que só me dão razão quando falo em saneamento), uma mailing list onde se pode conhecer todas as notícias ambientais da freguesia e uma organização que está a levar a cabo fóruns como o que se realizou no Mindelo nos diferentes concelhos do Grande Porto. Existe uma grande falta de divulgação destas actividades na Área Metropolitana, porque será?
Eis a lista de fóruns futuros:

20 de Outubro - Matosinhos
Local: Edifícios dos Paços do Concelho.
Hora: 17h30

21 de Outubro - MaiaLocal: Casa do Alto - Pedrouços.
Hora: 17h30

Porto (data a anunciar)
Local: Quinta da Bonjóia - Campanhã

Vila do Conde
Data e local a designar.

domingo, outubro 17, 2004

Khadafi

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O Khadafi dos Pneus ameaça falar da vida pessoal do Presidente com mais títulos. A Quinta das Celebridades tem um novo relvado para utilizar, e burros não faltam, a julgar pelas orelhas.
Das excelentes condições que deram aos adeptos portistas só posso chegar à conclusão que os benfiquistas se renderam. Se 1 portista vale por 3, então 1000 portistas valem por 3000.

sábado, outubro 16, 2004

Festival



Este post continua a reportagem sobre o 10º Festival Internacional de Teatro Cómico da Maia. Quanto aos espectáculos principais, na terça-feira foi apresentado "El Decameron" pelos bascos do Ados Teatroa. Era um conjunto de histórias da época medieval, escritas por Boccaccio e representadas por cinco actores que entraram em palco nus. Utilizaram uma forma bastante imaginativa de narrar, trocando de roupas de história para história, e embora não tenha sido um dos momentos mais marcantes do festival, foi um espectáculo com qualidade.
Na quarta-feira surgiu o espectáculo mais imaginativo e um dos mais hilariantes do festival. O Chapitô já nos habituou a uma forma de teatro incomum que utiliza objectos do dia-a-dia para criar efeitos enriquecedores da arte representativa. Este ano o tema era Luís de Camões, sendo narrada a vida do poeta com imprecisões históricas geniais. "Talvez Camões" merece ser visto, mesmo que seja necessária uma viagem a Lisboa. No entanto, deixo uma reflexão: Este tipo de teatro original, com uma fórmula cativante e imaginativa já tinha sido utilizada o ano passado em "D. Quixote", existirá no futuro uma evolução desta linha ou a fórmula será repetida com novos enredos?
Na quinta-feira, o espectáculo que luta com "Talvez Camões" pelo título de melhor do festival. Ri-me mais com a peça do Chapitô, mas a maior parte das pessoas com quem falei preferiram o humor de Leandre (na foto). No entanto, para mim este dia foi inesquecível, porque o clown catalão levou-me para o palco sem nada combinado e como parte de uma representação interactiva. Pensava que a minha timidez venceria mas talvez devido à experiência teatral que tenho estive descontraído durante os cerca de 5 minutos passados em palco. Consegui rir-me, ouvir as gargalhadas do público e inclusive fazer com que o actor principal também se risse com contenção. Tudo sem palavras ou sons. Um dia que podia ser claramente mais triste que os outros e que acabou por se tornar inesquecível. Muitas pessoas chegaram mesmo a pensar que estava tudo combinado, mas asseguro-vos que nunca tinha visto o tal Leandre na minha vida.
Sexta-feira foi a vez de "A Gargalhada de Yorick" com André Gago e Joaquim Nicolau. Confesso que ponho o pé sempre atrás ao ver espectáculos com actores conhecidos, mas não posso dizer que esta peça fosse má. Num festival deste género também deve haver um humor mais sério, com contrastes dramáticos, e este foi o caso. Se todos os espectáculos exercitassem os abdominais como o "Ibéria", "Talvez Camões" e o de Leandre as empresas que fabricam máquinas de musculação para a TV Shop iriam à falência. Sexta-feira descansou-se de tanta musculação hilariante, e não soube assim tão mal.
E porque nem tudo foi bom neste festival, devo dizer que os espectáculos que vi às 23h30 no palco secundário estavam a um nível muito distante de qualquer um dos principais. Um humor pouco refinado, actores com menos categoria e pouca imaginação. Falei com o Director Artístico do Festival José Leitão e ele concordou com as críticas, parece que existe pouca oferta em termos nacionais e que não é possível conhecer todos os artistas estrangeiros. Para fazer o festival, ele vê cerca de 40 espectáculos durante um ano, desses existem à volta de 10 com qualidade, que ocupam o palco principal. Os outros, são escolhidos um pouco às escuras. Mas também não é este formato que prejudica a grande qualidade do festival.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Fórum

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Ainda o fórum. Respondo agora ao representante do CDS/PP no Fórum de sustentabilidade do Mindelo, que escreveu um comentário num post do siX e também ao afloramento da questão que este último me pediu.
Concordo com o Sr. Afonso Dias Ferreira quando este refere que sobre a questão depropositada feita acerca da ETAR, "A pessoa que referem é o Presidente da Juventude Popular de Vila do Conde e militante do cds. No entanto, as suas afirmações apenas o vinculam a ele e à "sua" organização", não sendo a pergunta descabida do CDS/PP em si mas de um seu militante que não me ouviu e não se encontra informado acerca da realidade mindelense.
Sobre o facto de que no "Mindelo o grande debate ainda se faça em torno do saneamento", devo dizer que referi a problemática do saneamento porque esta me foi destinada por sorteio e o grande debate que se ouviu no final não foi sobre águas residuais mas sobre a ROM e feito por políticos. Assim como os problemas do Mindelo não são apenas ambientais (como disse muito bem o Presidente da Junta), embora o ambiente esteja interligado com todos os parâmetros de qualidade de vida, também não podemos dizer que a ROM é o único problema ambiental do Mindelo, embora todos os problemas ambientais da freguesia afectem a ROM. O caso do saneamento continua a ser problemático, as ligações ilegais que poluem o mar e a ribeira de Silvares têm que ser denunciadas. E não deixa de ser um problema resolúvel, basta ir à lista de proprietários de bens imóveis e ver quem ainda não solicitou nenhuma ligação à rede, depois indo porta a porta não será muito difícil descobrir quem está a poluir.
Se o Sr. Afonso Dias Ferreira quiser conhecer melhor a influência deste problema na qualidade do ambiente mindelense, basta visitar a nossa freguesia e respectivas praias no dia que se segue a uma chuvada contínua. Ainda ontem, na minha rua, existia um cheiro nauseabundo a sair das sarjetas, e a sua origem não era a água da chuva com certeza. Não sei qual será a origem, mas sei que o destino de águas e cheiros é a praia principal da freguesia na Ponta da Gafa (aquela cuja areia começa a ter uma cor escura, conhecem?). Também aconselho análises à água do mar nesses dias, e não quando o céu está limpo, as condutas de águas pluviais vazias e a ribeira de Silvares seca.
Se calhar só me preocupo com estes problemas porque frequento a praia no Verão e no Inverno, porque gosto do mar, porque tomo banho, porque os momentos que lá passei são memórias que só desaparecerão com o fim da minha vida. Se calhar sou demasiado egoísta e este problema é só meu.
Mesmo assim, para mim o saneamento no Mindelo é um assunto de debate e a ser resolvido. Peço desculpa por ser algo tão pessoal e com tão pouca interferência na vida dos outros.

Golpe



Quando se previam 65 mil benfiquistas a ver o Benfica-Porto e uma irrisória multa para os benfiquistas, eis que surgem 2 mil bilhetes comprados na casa do inimigo. Há muitas atitudes dos superdragões que são criticáveis, mas é impossível não se sentir um prazer muito especial depois deste grande golpe.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Divulgação

Após alguns pedidos por e-mail de divulgação de eventos culturais, faço em seguida um "2 in 1" divulgando duas exposições de pintura, uma em Lisboa, outra no Porto.

Do Vilacondense Francisco Laranjeira no CONVENTO DOS CARDAES temos a exposição “Segredos da Colmeia”



Horário - SEGUNDA A QUINTA DAS 14.30H ÀS 20H
SEXTA E SÁBADO DAS 14.30H ÀS 20H E DAS 21.30H ÀS 23H
Até a 23 de Outubro
Local:
CONVENTO DOS CARDAES
RUA DO SÉCULO, 123 - 1200-434 LISBOA
TELEFONE 21 342 75 25 / 91 417 42 41



Exposição de Paula Rego em Serralves




15 OUT 2004 – 23 JAN 2005 > MUSEU DE ARTE CONTEMPOÂNEA DE SERRALVES



O Museu de Arte Contemporânea de Serralves recebe entre 15 de Outubro e 23
de Janeiro de 2005 a exposição de Paula Rego.
Comissariada por Ruth Rosengarten e por João Fernandes, esta será a mais
importante exposição da programação de 2004 do Museu de Serralves, sendo
certo que, pelo impacto cultural e social que acarreta, atrairá ao Porto
públicos nacionais e internacionais em elevado número. Neste sentido, o
Museu espera atingir até 100 mil visitantes apenas durante o período desta
grande exposição.
O objectivo principal da exposição é explorar a relação entre a pintura e
desenho na obra de Paula Rego, através da apresentação de obras recentes,
posteriores a 1997, e algumas já de 2004.

Vacas



Se sou eu que respiro o metano, se são as minhas praias a terem má qualidade, se são os meus ribeiros a estarem poluídos, porque é que o leite mais barato, da marca Feira Nova e Pingo Doce é espanhol?

quarta-feira, outubro 13, 2004

Desculpas






Peço desculpa aos meus leitores mais antigos pelo desfilar de posts técnicos dos últimos dias e pela ausência de textos literários. O tema principal do blogue sempre foi a literatura e o texto criativo, e não penso alterá-lo. No entanto estes posts têm sido úteis para esclarecer as pessoas de problemas relacionados com a nossa sociedade, não podendo eu esquecer os meus deveres de cidadão, de dar uma pequena contribuição para que o meu mundo melhore um pouco. Não, não deixei de pensar que a arte e a cultura têm uma influência fulcral na melhoria das nossas vidas. Mas também nunca disse que estas eram as únicas formas de construir um mundo melhor. O (ouriço cacheiro) segue dentro de momentos.

segunda-feira, outubro 11, 2004

Festival



Assisti aos primeiros 3 dias do Festival de Teatro Cómico da Maia e a qualidade parece ter aumentado este último ano. Na 6ª feira, Yves LeBreton apresentou um espectáculo Clown, que revela um grande trabalho e experiência. Não foi contudo inovador, podendo ser considerado um espectáculo médio do género. Seguiram-se os brasileiros da Sbornia Records, já os tinha visto no programa "Por outro lado" na :2 e conseguiram ser ainda melhores do que esperava. Exclentes músicos, excelentes actores e capazes de cativar simpatia com o público todo. Dos melhores espectáculos que vi na minha vida.
Domingo foi a vez da companhia de Macedo de Cavaleiros Peripécia levar a cena "Ibéria", uma história original sobre a História da península. Se não foram superiores aos de domingo pelo menos igualaram-nos. Um pouco à imagem do teatro que o Chapitô faz, a partir de um cenário rudimentar e de adereços simples criaram mundos cómicos de uma imaginação genial. Pelo que li no seu folheto a companhia foi fundada por estes três jovens actores, dois espanhois e um português e se o seu futuro não for brilhante é porque tudo vai mal na nossa cultura.
Ontem o reaparecimento de Leo Bassi (pela quarta vez no festival) na estreia mundial do seu novo espectáculo. Um humor polémico e agressivo, uma grande interacção com o público e uma mensagem muito forte e com uma base filosófica nada superficial, aliás na sua página Leo Bassi é considerado humorista e filósofo. Por ser o primeiro espectáculo notaram-se ainda algumas falhas, como a leitura de 3 folhas de texto quando dialogava com a projecção vídeo. Algo pouco importante mas que não coloca o seu espectáculo no alto patamar dos Sbornia Records e da Peripécia.

Regionalização



Os meus leitores sabem que não sou nenhum retrógrado e que não ando a clamar pelo passado. Sou independente e nem tenho saudades do Estado Novo nem da União Soviética. No entanto vejo tanta publicidade sobre um novo referendo do aborto (que não critico) e nunca mais ninguém voltou a falar na Regionalização.
Veja-se a conjuntura do referendo de 1998. PS e PCP eram a favor do Sim, o BE ainda não tinha lugar no parlamento, PSD e CDS apoiaram o Não. No entanto a posição do PSD em favor do Não resultou de uma péssima capacidade de negociação por parte da esquerda. O PSD estava no início a favor da regionalização, mas como o PS e o PCP aprovaram um mapa sem consultar a direita, passou para o lado contrario. Depois, as principais figuras do Sim tinham pouca simpatia junto da opinião pública nacional, veja-se o caso de Fernando Gomes. Porque não o regresso do tema?
Está a ser aplicada uma nova lei, que permite a concelhos vizinhos associarem-se em comunidades urbanas ou áreas metropolitanas consoante o número de habitantes. Mas este tipo de junção de vontades não apresenta nenhum tipo de vantagens. Podem existir concelhos esquecidos e que ficam isolados no meio de comunidades e áreas metropolitanas, as decisões dos orgãos governativos não tem em conta o peso da população (1 câmara = a 1 voto) pelo que se por exemplo, na Área Metropolitana do Porto os concelhos da Maia, Matosinhos, Gondomar, Valongo, Gaia e Espinho se juntassem, podiam ordenar a construção de um aterro no centro do Porto (hipótese absurda, como é óbvio), não existe ninguém a quem a população possa imputar responsabilidades com a força de uma votação directa, para além de outros problemas específicos. Este tipo de regionalização mascarada não terá qualquer utilidade e o seu futuro será o fim numa qualquer legislatura posterior.
Porquê a regionalização? Vou exemplificar com o caso do Grande Porto que é a minha região. Parece-me injusto uma câmara que representa 30 mil pessoas como Espinho tenha tanto peso como o Porto ou Gaia que têm mais de 200 mil pessoas. É muito mais democrático existir um voto por pessoa. Também é um pouco estranho existir um modelo em que acima de um orgão de poder que governa 30 mil pessoas estar um orgão de poder que governa 10 milhões de habitantes.
Na Área Metropolitana do Porto (AMP), a inexistência de um planeamento regional dificulta de sobremaneira o desenvolvimento sutentável (sim, também sei utilizar a palavra da moda). A população da cidade central diminui e a desertificação do principal pólo da AMP é preocupante para toda ela. A AMP só será forte se o seu centro for forte e não existir uma dispersão de forças. Todos os municípios e todos os cidadãos beneficiariam com um centro forte, mas como uma das principais fontes de receita das autarquias é a contribuição autárquica, algo proveniente da ocupação do solo e proporcional à população, cada câmara concorre entre si para aumentar a construção e chamar habitantes. Se em vez desta concorrência entre municípios rivais o imposto fosse regional, o planeamento seria muito mais correcto. Não existiria a desertificação da cidade do Porto, não existiria a construção desmesurada em todos os outros concelhos e o respeito pelo solo como bem precioso seria muito maior. Se o crescimento da AMP continuar desta forma, cada vez existirão mais edifícios novos, cada vez existirão mais zonas desertificadas e a população andará a saltar de casa para casa até chegarmos a um estado final onde não existirão pinhais, campos agrícolas ou espaços verdes, apenas edifícios e mais edifícios, zonas habitantes e zonas desertas. Penso que este momento nunca chegará, mas para que isso não aconteça algo tem que ser mudado.
Como o tema de momento deste blogue são as ETAR's, posso acrescentar que seria muito mais fácil decidir quais os melhores locais para estas estações e quais as suas capacidades ideais se existisse uma visão regional. Em Gaia existe uma ETAR para 200 mil habitantes, mas existem concelhos que têm um décimo dessa população, sendo mais fácil uma solução interconcelhia ponderada num poder regional.

Água



Consultando os dados do INE descubro que os dados de Vila do Conde quanto à água são os piores do país. Apenas 10% da população está servida por ligações de saneamento a ETAR's e 70% possui abastecimento de água. Tento descobrir qual a rede de saneamento para a qual está dimensionada a ETAR de Matosinhos mas não está fácil.

domingo, outubro 10, 2004

Fórum



Apesar de tudo, o fórum foi positivo para mim. Nunca escrevi sobre vacarias porque não conhecia o assunto em pormenor, ontem aprendi imenso. Consegui perceber que as pessoas estão atentas aos problemas ambientais e que por muito que tentem influenciar os políticos, não são ouvidas. Gostava de ver uma ROM limpa, mas vejo que tenho cada vez menos influência política. Eu e todos os habitantes.
Gostava de perguntar aos meus colegas da blogosfera o que pensam dos meus posts. Ao siX queria perguntar-lhe o que posso fazer mais para estar atento aos problemas da minha terra, já que tanto critica a letargia da blogosfera. Ao Eduardo queria perguntar-lhe como é que, tendo ele uma capacidade crítica exemplar, vê o descrédito onde caiu a política local. Aos Dupontds, queria saber que conclusão tiram destes posts. Obrigado.

Fórum



Fui para o Fórum com as ideias que tinha transmitido neste blogue. No primeiro grupo discutimos a biodiversidade e eu defini alguns objectivos nesse campo. Pareceu-me importante o facto das RAN estarem a ser desafectadas para construirem shoppings da 2ª divisão B e mostrei preocupação com o destino das águas pluviais, que com uma impermeabilização exagerada dos solos pode causar inundações. Num grupo de 6 pessoas conseguimos estar de acordo, lançar objectivos e criticar a construção desenfreada. O nosso slogan talvez tenha sido o mais polémico "É preciso pôr um travão a tanta e tão má construção", criticandos os lóbis desta área. Seguiu-se a segunda discussão em grupo, sobre a água. Aqui comecei a sentir o monopólio dos políticos, já que aquele que mais tarde descobri ser membro do Bloco de Esquerda absorvia todas as conversas e como eu também era o participante mais jovem do grupo tive algumas dificuldades em ser ouvido. Falou-se nas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR's) e ninguém tinha conhecimento técnico do seu funcionamento, estive a dar algumas noções básicas de saneamento e consegui que uma das acções fosse o aumento de fiscalização das ligações ilegais à rede de águas pluviais e aos ribeiros. A base de toda a poluição das águas está aí, quem vai à praia em dias de chuva apercebe-se do cheiro nauseabundo. O tema das vacarias também foi bastante polémico mas penso que a conclusão a que se chegou foi de acordo com todos. Resta saber se existirão fundos. A solução não pode passar pela expulsão dos agricultores mas antes pela construção de infraestruturas de drenagem e tratamento das águas residuais. As outras acções passam pela educação ambiental (um cliché), assegurar a ligação de todas as habitações às redes de saneamento básico e de abastecimento de água e reconfigurar a conduta de águas pluviais junto à Ponta da Gafa.
"Empurraram-me" para porta-voz do grupo, e embora a hidráulica urbana não seja o tema onde me sinto mais à vontade, achei ser útil partilhar o meu conhecimento técnico sobre a área. Expliquei que a ligação de todas as habitações à rede de abastecimento de água é uma questão de saúde pública, já que não existe qualidade nas águas subterrâneas. Também referi a solução de consenso das vacarias, sendo essencial um estudo técnico que diga se é necessária a construção de uma ETAR específica para as explorações de bovinos ou se é possível a ligação à rede pública de saneamento mediante uma ampliação da ETAR de Matosinhos. Expliquei por alto, a todos os que me assistiam, como se dimensiona uma rede de saneamento, que se fazem projecções demográficas das povoações a servir pelo sistema tendo em vista um horizonte de 40 anos e que em princípio a ETAR de Matosinhos não devia prever a quantidade de chorumes das vacarias mas que uma ampliação poderia ser possível. Depois disse que a educação sobre a água é um lugar-comum e referi a importância de impedir as ligações ilegais. Senti que a população em geral (à excepção dos políticos) me acompanhava com interesse e um anónimo chegou a perguntar o meu nome e a elogiar o meu discurso. Depois aconteceu algo que quase me tirava do sério, um senhor na primeira fila, que pela sua estrutura capilar me parece ser membro da Juventude Popular atirou para o ar a fantástica ideia que "Não importa fiscalizar as ligações ilegais (!) porque elas existirão sempre, o que é importante é construir uma nova ETAR para Vila do Conde, só isso pode impedir as tais ligações (!)". Estarei no mesmo planeta que este iluminado?? Será que devia ter utilizado a linguagem gestual para ser ouvido?? Eu expliquei como se dimensiona uma ETAR, para que serve, que foram feitas as projecções demográficas para Mindelo e que portanto não é necessária uma ETAR em Vila do Conde destinada a servir a freguesia. Ele quer que levantem outra vez as ruas todas e virem as condutas ao contrário para termos a honra de existir uma ETAR em Vila do Conde?? E essa ETAR diminuiria as ligações ilegais que não devem ser fiscalizadas? Em vez de ficar perplexo devia ter-me partido a rir. Estive para responder à letra mas confesso que não me senti à vontade, só falaram políticos na discussão pública, com gravatinhas e discursos em papel, e se eu falasse pareceria que estava em busca de protagonismo.
Eu tinha uma má opinião da política, mas não sabia que se tinha chegado ao ponto de se atirarem ETAR's para o ar de uma forma populista, sem ter o mínimo conhecimento técnico e sem ouvir o que as pessoas pensam. Eu tinha explicado tudo 5 segundos antes, porque é esse senhor (?) não me ouviu?

sábado, outubro 09, 2004

Fórum



Vou dividir a análise do Fórum de Sustentabilidade de Mindelo em dois posts, um sobre o evento em si e outro sobre a minha participação.
O fórum iniciou com uma sessão plenária onde foram apresentados os resultados do relatório que referi aqui. Depois foram definidos pequenos grupos, no qual cada um discutiria um tema pré-definido durante 30 minutos, apresentando objectivos para Mindelo nesse tema específico. Os temas iriam desde a água ao ordenamento do território, da biodiversidade à paisagem. Depois formaram-se 4 grupos grandes que definiriam 6 linhas de acção para o seu tema específico. No final foram apresentados os resultados da discussão de cada grupo por um porta-voz e feita uma semi-discussão pública.
O que se pode reter deste fórum:
A ideia é excelente, e embora estivesse presente uma pequena fatia dos Mindelenses, os que lá estavam esforçaram-se por transmitir bastantes ideias. As reuniões dos pequenos grupos foram bastante profíquas e o apoio dos estudantes satisfatório. No entanto não existiu uma discussão dos objectivos definidos por estes grupos. As segundas disussões em grupo foram mais polémicas mas de qualquer modo úteis. Fica no entanto uma ressalva, o facto de não se poder discutir desta forma amena os problemas que mais têm que ver connosco. Eu, por exemplo, fiquei de fora da parte do planeamento do território que é a minha área. Seguiu-se a apresentação das acções a efectuar, que apesar de bastante gerais revelam um interesse crescente pela área ambiental por parte da população. E tudo estaria bem se não chegasse a parte da discussão pública. Os políticos saltaram da cadeira, vice-presidentes de câmara, líderes partidários e todo aquele espectáculo político que eu não me identifico. O que seria um espaço para os políticos saberem o que a população deseja, transformou-se no palco de discursos. Não se analisaram as acções e objectivos mas falou-se quase em exclusivo da história da ROM, com a câmara a acusar o governo, os partidos do governo a acusarem a câmara e o B.E. a acusar todos. Dessa discussão só existiu espaço para o Vice-Presidente da Câmara, para o representante do CDS-PP, para o do BE, para o da Associação dos Proprietários e para o Presidente da Junta de Freguesia. Todos se esqueceram do que se discutiu nas fases anteriores, nenhum deles leu os cartazes que se fizeram, mas de qualquer modo emerge o discurso do Presidente da Junta. Só ele se apresentou numa função meta-política, só ele se soube distanciar do empurrar estúpido e do lavar das mãos constante por parte de Câmara e Governo. Só ele se lembrou que os problemas de Mindelo não são apenas os problemas da ROM. Só lhe faltou dizer que estiveram ali dezenas de mindelenses empenhados e que ninguém lhes deu ouvidos. Eu fui um deles.

O Dia

Por estar empenhado na minha actuação teatral e não me ter lembrado de pedir a alguém para tirar uma fotografia, este post não tem a devida ilustração.
A peça realizou-se mesmo sob um imenso temporal. Vento, chuva, nada fez temer os 22 actores. Iniciou-se com algo que funde a dança com o teatro, reavendo hábitos primitivos, seguiu-se uma encenação condensada da Antígona, acabando numa fase mais Kitsch com uma tentativa de espectáculo clown. O público com medo da chuva não encheu o recinto e certos efeitos da peça não se utilizaram por questões de segurança. Fica a alegria pela representação ter corrido bem e por se ter formado um grupo coeso em pouco mais de um mês.

sexta-feira, outubro 08, 2004

Agenda

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A agenda 21 - Mindelo vai ter o seu segundo fórum de sustentabilidade amanhã. É um processo que pretende incluir toda a população de freguesia na escolha do seu futuro. Sendo uma forma de aproximar a população do poder, a junta de freguesia e todos os partidos políticos comprometem-se a seguir as directrizes das reuniões. Ao contrário do que acontece este ano, no ano passado não tive a possibilidade de participar no fórum, li contudo as conclusões que vêm no relatório de sustentabilidade e há alguns pontos que me parecem ser importantes:
-A quantidade de pessoas que refere a proximidade do mar como principal factor de caracterização da freguesia indica que a principal preocupação em termos de gestão deve estar relacionada com a melhoria das condições da orla costeira. Aliás, ao mar seguem-se a Reserva Ornitológica de Mindelo (ROM) e os pinhais, o que revela a grande preocupação com o que sucede a nível ambiental dos seus residentes.
-A construção, frente-a-frente da maior fábrica de laticínios e do maior centro comercial da 2ª divisão B portuguesa vai causar um grande impacto em termos de acessibilidades, movimento e a qualidade de vida não deverá aumentar bastante.
-A ausência de polícia, estabelecimentos bancários, correios e uma farmácia muito mal situada.
-A diminuição da Reserva Agrícola Nacional (RAN) em 10% com a elaboração de Planos de Pormenor para a construção da Infineon e do centro comercial da 2ª divisão B não me parece muito transparente. Não sei até que ponto esta última construção beneficiará a zona, como já referi, uma grande área de pinhal foi amputada, solos com aptidão agrícola esquecidos e existirá uma exagerada impermeabilização do solo. Esta impermeabilização do solo pode provocar danos ambientais na medida em que as águas pluviais que deixam de ser absorvidas causam grandes problemas a jusante.
-Existe um grande erro quando nas acessibilidades se fazem circunferências a partir das paragens dos transportes públicos. Não é assim que se medem distâncias em termos urbanos. Dá a entender que todas as habitações estão a menos de 500m das paragens mas conheço locais que estão a mais de um quilómetro. Por outro lado a articulação autocarros/CP era nula, vejamos como acontecerá com o metro.
- No fórum anterior foi exigida a contrução de vias para velocípedes. Depois disso foi renovada a rua da praia e construído um novo passeio, porque é que não aproveitaram para construir a tal estrutura? Como a população está a crescer é essencial a criação de espaço para meios de transporte alternativos e exigível, no mínimo, a instalação de um corredor para bicicletas da praia à estação de metro. Tenho também em mente um projecto para a rede viária do mindelo e devolução das ruas aos peões sem ser "inimigo" do automóvel.
-São drenados apenas 20% dos esgotos das empresas de Mindelo. Para onde vão os restantes 80%?????
- Quanto às vacarias, embora vítimas do crescimento urbano, têm que melhorar o seu desempenho ambiental. Produzem 70.000 litros de dejectos por dia que não podem ser todos utilizados nos solos. Dizem que está em arranque um projecto, mas quantos projectos ficaram pelo arranque?
-Na distância aos ecopontos existem as mesmas circunferências das paragens de autocarro.
-A ROM necessita ser uma paisagem protegida e com as permissões feitas à Infineon e ao centro comercial da 2ª divisão b os seus proprietários podem pensar que com um plano de pormenor podem construir as suas agradáveis moradias. A solução passa pela compra dos terrenos por parte do Estado ou da câmara. E fundos?

Um Dia

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Luzes, sem câmaras nem telemóveis, acção. Esta noite a plateia vazia e um grupo de teatro a fazer o ensaio geral à chuva. Às 21h30 no Fórum da Maia é o espectáculo, o nervoso começa a crescer pelas nossas entranhas... para tudo acabar na sexta-feira.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Delito de Opinião

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Este senhor chama-se Rui Gomes da Silva e graças a um mérito reduzido e uma amizade ampliada conseguiu o feito pouco prodigioso de ser ministro sem competência para tal cargo. Este senhor com saudades dos tempos de outra senhora (Gomes da Silva podia ser utilizado nos meus posts comemorativos do 5 de Outubro) clama pelo regresso do delito de opinião e sonha reabrir uma P.I.D.E. que cale todos os que falam contra o governo. Conseguiu alcançar parte do seu sonho fascista com a saída de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI, mas nas próximas eleições o tiro certeiro vai sair pela culatra e atingi-lo no pé.

P.S.: Este senhor há alguns anos escrevia crónicas no jornal O Jogo. Era conhecido por ser um fanático do Benfica com pouco jeito para a escrita, pouco conhecimento do desporto e pela sua fantástica manipulação de informação contra um certo clube que veste de azul e branco. Memória curta? Diria antes falta de autoridade moral para dizer barbaridades como segunda-feira. Como começou a escrever no jornal desportivo? Perguntem a um certo ex-presidente do Sporting.

Sustentável




















Já estava para escrever este post há algum tempo, mas a leitura que fiz do "Relatório de Sustentabilidade" da Agenda 21 para Mindelo (sobre o qual irei escrever em breve), precipitou a escrita.
A palavra "Sustentável" é a palavra da moda quando se fala de ambiente, e quando ela vem acompanhada por um "Desenvolvimento" atinge-se o Evereste do discurso ambiental. Mais interessante que o jogo de palavras que está na moda é o facto da maior parte daqueles que utilizam a palavra não saberem o que significa. Para eles, uma dica:
Desenvolvimento sustentável, embora possa ser considerado um pleonasmo, é o crescimento assente em recursos que não se esgotarão ao longo do tempo e que não utiliza meios que a longo prazo poderão destruir todas as bases desse desenvolvimento.
Cumprida a função pedagógica do post, passemos à fase seguinte. Sendo uma palavra da moda e utilizada por todos aqueles que a conhecem ou nem por isso, "sustentável" invadiu os discursos de ambientalistas, ministros, presidentes da câmara, presidentes da junta e membros de associações de proprietários para a defesa do entulho. Discursos e não só, consta-se que qualquer pedido de subsídio na área ambiental precisa de ter a palavra mágica, caso contrário tem poucas perspectivas de desenvolvimento remunerável.
No entanto, a utilização da palavra "sustentável" sustenta-se em frases como "A caminho de um desenvolvimento sustentável", "É necessário ter um desenvolvimento sustentável", "Devem-se tomar medidas indo ao encontro de um desenvolvimento sustentável". Mas... Quais são as medidas? Que político diz o que está a fazer para existir um desenvolvimento sustentável? Será que essas medidas existem e estão camufladas pela palavra mágica? Será que não existem e o desenvolvimento levar-nos-á ao caos?
Chega de expressões catalogadas que enchem a boca de pessoas que não têm onde sustentar o seu discurso.

terça-feira, outubro 05, 2004

República

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E se 1910 tivesse 364 dias e não existisse 5 de Outubro? Um conjunto de posts que existiriam caso o (ouriço cacheiro) ainda vivesse num país monárquico.

Inauguração

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Sua Majestade, El-Rei D. Duarte Pio inaugurou hoje novas cavalariças em Cascais que servirão todos os nobres que possuam casas de veraneio no condado. Estas novas facilidades suprimem assim uma lacuna existente no campo da equitação nacional. É certo que com a realização do Campeonato Europeu de Hipismo foram construidos 10 picadeiros entre Braga e Faro/Loulé mas a zona de Cascais necessitava desta obra magnífica para continuar a ser uma referência do hipismo europeu. Ouviram-se muitos "Viva El-Rei" e o povo delirou ao ver o Infante D. Afonso a montar um pequeno pónei cedido pelo Conde de Cascais José Castelo-Branco.

Presidente

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D. Nuno da Câmara Pereira continua a surpreender todos os cépticos que contestaram a sua nomeação para Presidente da Comissão Europeia de Tauromaquia. Hoje tomou a medida de reduzir as bandarilhas em 0,3mm para diminuir o sofrimento dos touros, uma medida nobre de um nobre. Recorde-se que Nuno da Câmara Pereira havia abandonado a presidência do governo para aceitar este cargo europeu, tendo Sua Majestade, El-Rei D. Duarte Pio nomeado o seu irmão D. Mico da Câmara Pereira para o cargo, apesar das enormes críticas que acusam o novo líder de ser um playnoble.

Reformas

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D. Mico da Câmara Pereira apresenta novas reformas de forma a tornar possível a adesão à União Europeia em 2050. Deste pacote de medidas consta o aumento das taxas à entrada das grandes cidades tendo em vista o objectivo do Défice 20% em 2010 e seguindo uma proposta feita pelo seu irmão e ministro das finanças D. Gonçalo da Câmara Pereira. Existirão cortes orçamentais no ministério do ambiente, mas D. Gonçalo Ribeiro Telles não se queixou até agora. Por outro lado o ministério do desporto, de D. Joaquim Bastinhas recebeu um acréscimo de verbas, sobretudo para ampliar a praça de toiros do Campo Pequeno, pois os seus 210.000 lugares são cada vez mais insuficientes face à adesão do público.

Jogo

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Ontem à noite realizou-se o encontro entre o Real Sporting e a Real União de Leiria a contar para a 5ª Jornada da Superliga de Pólo. O resultado foi 2-2, tendo marcado pela real equipa leonina Rogério Vasconcelos e Roberto Severo e pelos leirienses foram João Paulo Corte-Real e Fábio Felício e Ávila a fazerem as tacadas certeiras. Os "leões reais" continuam a marcar passo e este foi o quarto jogo consecutivo sem ganhar. José Peseiro Telles tem a guilhotina na garganta e se não ganha o próximo jogo a sua cabeça poderá rolar algures numa praça lisboeta.

Acidente

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Ocorreu hoje um acidente aparatoso no Caminho de Cintura Interna (CCI) no Porto. Segundo a Brigada de Trânsito da Guarda Nacional Monárquica (GNM) uma carroça que circulava acima da velocidade permitida (9Km/h) despistou-se, saltou por cima da pedra separadora e foi embater num carro de bois que circulava no sentido contrário. Do choque resultaram apenas escoriações e uma ferradura partida.

Neorepublicanismo

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Grupos extremistas que ainda acreditam na força da República estão prestes a ser capturados segundo informações dos serviços secretos. Estes grupos seguem as ideias de Jorge Sampaio, um republicano que se encontra exilado em França e que se auto-intitula como herdeiro da república portuguesa. Esperamos que esta notícia se confirme e estes atentados à coroa sejam meros acontecimentos casuais.

Parabéns



Agora que fazer anos está na moda (3 blogues vilacondenses festejaram o 1º aniversário esta semana), dou os parabéns ao 2 detectives mais conhecidos da blogosfera, Dupont & Dupond. O Vilacondense é um exemplo de como deve ser um blogue, assíduo, mordaz e sem falsas isenções. Mesmo quando não concordo com as suas opiniões, sei que elas são fundamentadas. Continuem no vosso vício!

Metro



Ontem e pela segunda vez, utilizei o metro como meio de transporte até ao Dragão. Estacionei o carro na Sra. da Hora e poucos segundos depois já estava a viajar para aquele que é considerado o Vaticano do futebol português. Desde que estacionei o veículo até me sentar na cadeirinha azul número 14 demorei vinte e cinco minutos certinhos. A seguir ao excelente jogo de futebol que vi, a viagem decorreu sem sobressaltos e apesar do veículo estar na sua máxima lotação consegui arranjar um lugar para me sentar. Continuo adepto do Porto, mas passei a torcer por este novo meio de transporte (Não confundir o Metro do Porto com a empresa Metro do Porto S.A.) e penso que o futuro da cidade terá que passar por este tipo de viagens, deixar o carro fora da cidade e viajar de metro. Só assim o trânsito poderá diminuir.
Aconselho a todos aqueles que vivem a norte do Porto a utilizarem este método para ver os jogos no Dragão. O estacionamento é fácil, poupa-se tempo, não existem grandes caminhadas até ao estádio (a estação é contígua) e nos dias de chuva poucas pingas cairão nas suas cabeças. Para quem tem lugar anual do lado nascente do estádio, como é o meu caso, as escadas que vêm da estação surgem mesmo em frente à porta 13 (a minha).

Parabéns

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Ao blogue que concordou mais vezes comigo no último ano!

domingo, outubro 03, 2004

Praça



Na última semana, elaborei um estudo urbanístico da Praça D. João I no Porto, analisando o seu funcionamento. Desse estudo resultou um relatório com 27 páginas, sendo utilizados os seguintes parâmetros de análise:
- usos e actividades
- conforto e imagem
- acessibilidades
- sociabilidade

Como a apresentação do relatório completo seria demasiado extensa para o formato do blogue deixo aqui a conclusão do estudo, que é bastante crítica para com a política camarária actual e anterior.

A análise de uma praça com estas características não pode deixar de ter em conta o contexto global da cidade nem a função para a qual foi construída. Não se pode também esquecer que o estudo foi feito apenas durante uma semana e uma análise com correcção deveria incluir visitas ao longo de todo o ano.

É uma praça ampla e moderna com boas acessibilidades, mesmo para cidadãos com mobilidade reduzida e situa-se num local central. Tem um bom parque de estacionamento subterrâneo, embora com preços demasiado excessivos (1,10€/hora). É o lugar ideal para realização de eventos ao ar livre como concertos, peças de teatro, animação de rua, cinema e transmissões em ecrã gigante de grandes eventos. Também é um local seguro de dia, dada a excelente visibilidade que existe em todos os pontos da praça e o movimento constante de pessoas.

Para contrariar estas virtudes, a praça não cria simpatia junto da comunidade. Não é um local onde as pessoas se sintam bem, que gostem de visitar e para onde se desloquem propositadamente. É um lugar utilizado como passagem, e que em ocasiões normais não tem qualquer utilidade. Não existem estruturas de apoio nem espaços verdes, o que torna o espaço cinzento e contribui para a antipatia generalizada. O espaço central da praça está sempre deserto e poucas pessoas se sentam nas desconfortáveis escadas. Se o edifício da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras é uma sinédoque dos edifícios da baixa do Porto, a Praça D. João I também é uma sinédoque de toda a baixa, sobretudo durante a noite. A animação da praça não é feita regularmente, existindo acontecimentos esporádicos que não fixam um público específico.

Contextualizando a praça com a cidade do Porto, pode-se dizer que existem outros dois locais com estas características, o espaço entre a Cordoaria e a antiga Cadeia da Relação e aquele que se encontra contíguo ao Edifício Transparente. A existência de lugares deste tipo, pouco acolhedores mas perfeitos para eventos ao ar livre é essencial numa cidade, nem todas as praças têm que ter características comuns. O que pode ser criticável é a existência de três locais assim, que pode ser considerado um número exagerado para a quantidade de espectáculos que existem no Porto. Antes da remodelação (quase simultânea) destes três locais devia ter sido feito um estudo sobre a capacidade empreendedora, em termos artísticos e económicos, da sociedade portuense para organizar eventos culturais regulares nestes recintos. Caso esse estudo tenha sido efectuado, com esta análise chega-se à conclusão que na Praça D. João I ele falhou. Acrescente-se ainda que os eventos ao ar livre estão muito dependentes das condições atmosféricas. Dado não existirem estruturas de protecção em relação à chuva, e sendo o Porto uma cidade pouco habitada nos meses de Verão, existe logo aí um grande óbice à organização de eventos. Por outro lado, os investimentos da cidade do Porto efectuados na área cultural têm sido menores de ano para ano, o que não augura um futuro melhor para esta praça. A inexistência de esplanadas, cafés e restaurantes também tem um efeito bastante negativo, e se é certo que a praça foi construída para dar visibilidade à sede de um banco, a criação de um pólo contrastante do lado oposto só beneficiaria o espaço, ao contrário do que acontece na actualidade, já que existe uma sucursal do mesmo banco no edifício sul. Para terminar, o Rivoli vive à margem de um local que foi remodelado com o objectivo de servir como um”terceiro auditório” da prestigiada casa de espectáculos. A interacção entre os dois espaços é algo inexistente mas exigível.

sexta-feira, outubro 01, 2004

Teatro



Para a semana começa o 10º Festival de Teatro Cómico da Maia, numa organização do Teatro Art'Imagem. Aqui o autor do blogue vai participar na Peça de Estreia do festival como actor, e vai tentar relatar as peripécias (Eu sei que na minha última apresentação teatral não dei muitas notícias, mas o tempo é escasso). O programa do festival encontra-se aqui.